Conheça a mulher suspeita de matar criança de 7 anos com ovo envenenado
Jordélia Pereira Barbosa teria viajado disfarçada até Imperatriz, onde entregou o chocolate contaminado para a nova companheira de seu ex-marido. Três pessoas da mesma família comeram o doce; uma criança morreu e duas seguem internadas.
Por Plox
20/04/2025 16h43 - Atualizado há 3 dias
A polícia do Maranhão prendeu Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, acusada de ser a responsável por um crime que chocou o estado: o envenenamento de um ovo de Páscoa que resultou na morte de uma criança de sete anos e deixou outras duas pessoas da mesma família em estado grave.
A tragédia aconteceu em Imperatriz, cidade localizada no sudoeste maranhense. A suspeita, que mora em Santa Inês, teria viajado mais de 380 quilômetros até Imperatriz com o objetivo de entregar pessoalmente o chocolate contaminado. Segundo as investigações, ela teria agido por ciúmes, já que seu ex-marido mantém um relacionamento com uma das vítimas, Mirian Lira.

Luís Fernando Rocha Silva, de apenas sete anos, morreu poucas horas após ingerir o doce. Sua mãe, Mirian Lira, de 32 anos, e a irmã Evelyn Fernanda, de 13 anos, também consumiram o ovo e estão internadas em estado grave, ambas entubadas no Hospital Municipal de Imperatriz.

Jordélia teria saído de Santa Inês durante a madrugada da quarta-feira (16) em um ônibus interestadual. Para evitar ser reconhecida, usou peruca e se hospedou em um hotel de Imperatriz com um nome falso, alegando ser uma mulher trans em processo de regularização de documentos. Câmeras de segurança registraram diversos momentos de sua movimentação na cidade, incluindo a compra do ovo de Páscoa em uma loja de chocolates e sua estadia no hotel.

Em seguida, ela contratou um motoboy para entregar o presente, acompanhado de um bilhete que dizia: \"Com amor, para Mirian Lira. Feliz Páscoa\". Pouco depois da entrega, Mirian recebeu uma ligação anônima perguntando se havia recebido o ovo, sem que a pessoa se identificasse.

Os sintomas começaram a surgir rapidamente. O menino Luís Fernando foi o primeiro a passar mal, sendo levado às pressas ao hospital, onde acabou morrendo. Em seguida, Mirian e Evelyn também apresentaram sinais de envenenamento, como mãos arroxeadas e dificuldade respiratória, sendo ambas internadas na UTI.

A Polícia Civil encontrou com a suspeita duas perucas, restos de chocolate e um bilhete de passagem de ônibus. Esses itens foram anexados ao inquérito como provas do planejamento do crime, que, de acordo com os investigadores, foi premeditado com riqueza de detalhes. Jordélia ainda chegou a promover uma falsa degustação de trufas nas proximidades do local onde Mirian trabalhava, na tentativa de disfarçar a ação.

O delegado Manoel Almeida, da Polícia Civil do Maranhão, confirmou que todos os indícios apontam para Jordélia como autora do crime.
"Há vários indícios que apontam claramente que essa mulher foi autora do crime. A polícia vai continuar trabalhando para robustecer esses indícios e apresentá-la ao Judiciário, para responder por esse bárbaro crime\", afirmou.
Durante o interrogatório, Jordélia admitiu ter comprado o ovo, mas negou ter colocado veneno. Apesar disso, os laudos periciais, que devem ser concluídos em até 10 dias, deverão confirmar a presença de substâncias tóxicas tanto no chocolate quanto nas amostras de sangue das vítimas.

Moradora do Centro de Santa Inês, Jordélia é conhecida no ramo da estética e possui um estúdio em casa. Em suas redes sociais, onde soma mais de 12 mil seguidores, costumava compartilhar conteúdos sobre cuidados com a beleza, além de mensagens motivacionais. Ela também atuava como instrutora em um curso profissionalizante e era vista por vizinhos como uma pessoa de boa índole. No entanto, relatos de ex-colegas de trabalho indicam que ela já teve desentendimentos anteriores.

Jordélia foi presa assim que retornava para sua cidade, descendo do ônibus em Santa Inês. O crime segue sendo investigado, e a Polícia Civil trabalha para esclarecer todos os detalhes desse caso que causou comoção em todo o país.