Domingo de horror frustrado: homem em situação de rua seria morto e crime transmitido ao vivo como 'tributo' a Hitler

Grupo planejava crime como homenagem a Hitler; transmissões envolviam violência extrema e crueldade contra animais

Por Plox

20/04/2025 13h29 - Atualizado há cerca de 1 mês

A Polícia Civil do Rio de Janeiro, com apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, desarticulou, neste domingo (20), um plano macabro que visava o assassinato de um homem em situação de rua. O crime, segundo as investigações, seria cometido às 15h, em pleno Domingo de Páscoa, como forma de comemoração ao aniversário do ditador Adolf Hitler. O ato seria transmitido ao vivo pela internet, com objetivo de arrecadar dinheiro por meio da audiência.


Imagem Foto: Reprodução de vídeo


A ação foi batizada de Operação Desfaçatez. De acordo com os agentes, o nome se refere à hipocrisia e ao descaramento com que os envolvidos levavam uma vida pública aparentemente respeitável, ao mesmo tempo em que promoviam crimes de extrema crueldade nos bastidores digitais.


Imagem Foto: Reprodução de vídeo


Três homens foram presos: Kayke Sant Anna Franco, Caio Nicholas Augusto Coelho e Bruce Vaz de Oliveira. Um adolescente também foi apreendido. Segundo o delegado Felipe Curi, secretário da Polícia Civil do Rio, Bruce é considerado o principal articulador das ações criminosas, sendo proprietário do servidor online onde os atos eram organizados. Ele mantinha a falsa imagem de ativista ambiental, inclusive com atuação em fóruns internacionais.


“Se dizia ativista de proteção de animais da ONU e mediador de conflitos em países do Oriente Médio em guerra. Passava completamente despercebido de todos. Ele adotava animais e fazia a dissecação desses animais ao vivo na plataforma Discord. E temos um documento do governo americano dizendo que ele faz parte de uma célula terrorista”, explicou o delegado.

Imagem Foto: Reprodução de vídeo


As investigações apontam que o grupo atuava de forma organizada por meio de plataformas digitais como o Discord. Nestes ambientes, promoviam apologia ao crime, automutilação coletiva entre meninas, incitação ao estupro virtual, práticas racistas e ataques a crenças religiosas. Os conteúdos também incluíam sessões de tortura de animais.


A operação foi desencadeada após o Ciberlab — Laboratório de Operações Cibernéticas — identificar a atuação de adolescentes e adultos em comunidades de mensagens que disseminavam simbologias extremistas e discursos de ódio.


De acordo com a nota divulgada pela Polícia Civil, a operação foi decisiva para evitar o assassinato anunciado e desarticular a atuação do grupo. “Com base em informações precisas e atuação cirúrgica, foi possível não só impedir a consumação de um assassinato, como também desestruturar um grupo que operava à margem da lei, protegendo adolescentes, animais e grupos vulneráveis”.


A instituição reforça a importância da vigilância de pais e responsáveis quanto ao conteúdo acessado por crianças e adolescentes na internet. A integração entre forças de segurança e tecnologia, segundo a corporação, é essencial para o combate aos crimes digitais.



A investigação prossegue para identificar e responsabilizar outros integrantes da organização criminosa.


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