Confirmação da primeira morte por leptospirose no Rio Grande do Sul após enchentes

Homem de 67 anos faleceu em Travesseiros, no Vale do Taquari, uma das regiões mais afetadas pelas inundações no estado

Por Plox

20/05/2024 20h01 - Atualizado há 2 meses

A Prefeitura de Travesseiros, situada no Vale do Taquari, Rio Grande do Sul, anunciou a primeira morte por leptospirose decorrente das enchentes que assolaram o estado. A vítima, um homem de 67 anos, faleceu na sexta-feira (17) e a morte foi confirmada no domingo (19). O município, localizado próximo ao rio Forqueta, afluente do rio Taquari, viu o nível do Taquari atingir um recorde histórico de mais de 30 metros em 1º de maio devido às fortes chuvas.

Rafa Neddermeyer Agência Brasil

Impacto das enchentes e risco de leptospirose

As inundações criaram condições ideais para a propagação da leptospirose, uma infecção bacteriana transmitida principalmente pela urina de ratos. A bactéria Leptospira pode entrar no corpo humano através de feridas na pele, pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada, ou pelas mucosas. A doença é uma preocupação significativa para as autoridades de saúde, uma vez que a lama das enchentes possui alto potencial infectante. Segundo o Ministério da Saúde, a leptospirose pode ter uma letalidade de até 40% nos casos mais graves.

Sintomas e tratamento da leptospirose

O início dos sintomas geralmente ocorre entre 7 e 14 dias após a exposição. Os sintomas iniciais incluem febre, dor de cabeça, dores musculares (especialmente nas panturrilhas), falta de apetite, náuseas e vômitos. Em casos mais raros, podem ocorrer diarreia, dor nas articulações, vermelhidão ou hemorragia conjuntival, fotofobia e dor ocular.

A doença pode evoluir para formas graves, como a Síndrome de Weil, caracterizada por icterícia, insuficiência renal e hemorragias. Outras complicações incluem a Síndrome de Hemorragia Pulmonar, comprometimento pulmonar com tosse seca, dispneia, expectoração com sangue, e Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA).

Para evitar o desenvolvimento da doença, o Ministério da Saúde recomenda tratamento imediato dos casos suspeitos de leptospirose, utilizando substâncias e medicamentos apropriados.

 

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