Brasil vai liderar discussões na ONU sobre criação do Estado da Palestina

País foi escolhido para presidir grupo de trabalho ao lado do Senegal em conferência internacional marcada para junho

Por Plox

20/05/2025 11h23 - Atualizado há 1 dia

O Brasil foi oficialmente convidado a presidir um dos grupos de trabalho que irão compor a Conferência Internacional para a Solução Pacífica da Questão da Palestina, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU). A informação foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores nesta segunda-feira (20).


Imagem Foto: Presidência


A conferência, que ocorrerá em junho deste ano, contará com oito grupos de trabalho, cada um com diferentes eixos temáticos relacionados ao conflito israelense-palestino. O grupo sob a presidência do Brasil, em conjunto com o Senegal, será responsável por discutir e fomentar propostas voltadas ao respeito ao direito internacional.


Segundo o Itamaraty, os grupos convocados pelas copresidências — França e Arábia Saudita — são abertos a todos os países-membros da ONU, além de representantes do sistema das Nações Unidas, como agências especializadas, programas e comissões regionais, além das instituições de Bretton Woods, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.



Ainda não foi divulgada a lista oficial de países que participarão de cada grupo, mas todos os Estados-membros poderão integrar as discussões caso desejem. O evento é parte de um esforço internacional para a implementação da chamada Solução de Dois Estados, que propõe a criação do Estado da Palestina convivendo de forma pacífica com o Estado de Israel.


O Brasil, historicamente, defende a criação do Estado palestino. A posição diplomática brasileira tem ganhado notoriedade nos últimos meses, especialmente após falas contundentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o conflito na Faixa de Gaza. Lula já classificou os ataques israelenses como um “genocídio” e chegou a compará-los às ações de Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial.



As declarações geraram forte reação do governo de Israel, que declarou Lula persona non grata. Apesar das controvérsias, o presidente brasileiro tem mantido uma linha crítica à atuação da ONU no conflito.
“A ONU, que quando foi criada, teve força para criar o Estado de Israel, não tem coragem de criar o Estado Palestino”

, disse Lula em ocasião anterior, apontando que a organização carece de força política para tomar decisões efetivas no cenário atual.

A presidência do grupo de trabalho representa mais um passo da diplomacia brasileira na tentativa de reposicionar o país como um ator relevante nos debates internacionais sobre paz e direitos humanos, em um momento em que o conflito no Oriente Médio segue mobilizando atenção e esforços diplomáticos ao redor do mundo.


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