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O aumento nos casos de roubo de cargas farmacêuticas em todo o Brasil obrigou distribuidoras de medicamentos a reforçar drasticamente seus sistemas de segurança em 2024. Entre as medidas adotadas estão a utilização de caminhões blindados, escolta armada, rastreamento em tempo real e até o uso de inteligência artificial para o planejamento de rotas. De acordo com um relatório da Abradimex (Associação Brasileira de Distribuidores de Medicamentos Especializados, Excepcionais e Hospitalares), metade das transportadoras do setor aumentou em até 20% seus investimentos na área de segurança.
Foto: Agência Brasil Apesar de representarem apenas 2% do total de cargas roubadas no Brasil, os medicamentos são alvos frequentes das quadrilhas pelo seu alto valor agregado. Em 2024, os prejuízos com essas ações chegaram a R$ 283 milhões. Ao todo, o país registrou 18.038 ocorrências de roubo de cargas, um crescimento de 5,4% em relação ao ano anterior.
Entre os produtos mais visados pelos criminosos estão os medicamentos utilizados no tratamento de câncer, doenças raras e condições terminais. O imunoterápico Keytruda, por exemplo, chega a custar R$ 25 mil a caixa de 100 ml. Já as canetas para tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade também figuram entre os principais alvos.
“Uma carga pode ultrapassar facilmente os R$ 2 milhões. Por isso, muitos desses transportes são feitos com veículos com blindagem em múltiplos níveis, travas especiais nas portas e escolta armada permanente”, explicou Djalma Campos, diretor de operações da Andreani, empresa especializada no transporte de medicamentos. Além de blindagem contra disparos, os caminhões são protegidos contra serras e têm apenas porta traseira, dificultando invasões laterais.
“Colocamos quatro homens armados dentro do caminhão, o que elimina a necessidade de escolta adicional”, afirma Sérgio França, diretor comercial da empresa.
Esses veículos contam ainda com bloqueadores de sinal, câmeras internas e sistemas de monitoramento 24 horas. A inteligência artificial também entrou em cena, ajudando a traçar rotas seguras e analisar dados de risco. Paulo Maia, presidente executivo da Abradimex, destaca que o conjunto de medidas é caro, mas indispensável. “Blindagem sem escolta e inteligência não é suficiente. O investimento por caminhão pode chegar a R$ 180 mil.”
O relatório da Abradimex também aponta mudanças nos seguros, que foram duplicados por algumas empresas. Nas rotas mais perigosas, como a Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, o valor do frete subiu entre 5% e 10%.
Os dados revelam ainda que Rio de Janeiro e São Paulo concentram 70% dos casos de roubo de cargas de medicamentos, seguidos por Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná, cada um com 4,5% das ocorrências. A Avenida Brasil lidera as vias mais perigosas, com 14,3% dos casos, seguida pela rodovia Anhanguera (10,7%).
As quadrilhas preferem agir durante o dia: 43% dos roubos ocorrem entre 6h e 12h, e 34% entre 12h e 18h. As quartas-feiras (34%) e terças (27%) são os dias com mais ocorrências, enquanto os sábados (2%) e segundas-feiras (3%) são os menos visados.
A resposta das autoridades também foi intensificada. No Rio, a segunda etapa da Operação Torniquete, iniciada em setembro de 2024, já levou a uma redução de 2,3% nos roubos de carga em março deste ano, segundo o Instituto de Segurança Pública. Em São Paulo, ações da Polícia Civil e Militar têm sido reforçadas, embora a Secretaria da Segurança Pública ainda não disponha de dados específicos sobre medicamentos.
Em Minas Gerais, a criação da Câmara Técnica de Prevenção ao Roubo de Cargas tem facilitado a articulação entre o setor logístico e forças de segurança, com foco em cargas de alto valor. Já no Paraná, a Polícia Rodoviária Estadual intensificou a vigilância em rodovias, em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal.
No Rio Grande do Sul, os registros são pontuais, mas também alvo de ações da Delegacia de Repressão ao Roubo e Furto de Carga. A tendência é de que o setor farmacêutico siga investindo em novas tecnologias e estratégias para manter suas operações seguras frente à escalada do crime organizado.