França anuncia prisão de segurança máxima na Amazônia para traficantes e terroristas
Unidade será construída na Guiana Francesa e deve abrigar 500 presos a partir de 2028
Por Plox
20/05/2025 11h18 - Atualizado há 4 dias
O governo da França revelou planos ambiciosos para reforçar sua atuação contra o crime organizado e o terrorismo, com a construção de uma nova prisão de segurança máxima em plena Amazônia. A unidade será instalada em Saint-Laurent-du-Maroni, cidade localizada na Guiana Francesa, e deve entrar em operação em 2028.

Com orçamento estimado em 450 milhões de dólares, o equivalente a cerca de R$ 2,5 bilhões, o presídio terá capacidade para 500 detentos. Parte dessas vagas será destinada exclusivamente a indivíduos considerados de altíssima periculosidade, como traficantes internacionais e condenados por radicalismo islâmico.
A medida foi anunciada pelo Ministério da Justiça da França como uma estratégia para isolar lideranças criminosas e combater o narcotráfico na região, onde a cidade escolhida para sediar a prisão é considerada um ponto crítico para o tráfico de drogas, por sua proximidade com o Brasil e o Suriname.

De acordo com o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, o projeto terá áreas com regime extremamente severo para manter fora de circulação os principais nomes do crime.
“Sessenta vagas, um regime prisional extremamente rigoroso e um objetivo — retirar de circulação os perfis mais perigosos envolvidos no tráfico de drogas”
, afirmou ele ao jornal Le Journal du Dimanche.
Entretanto, a iniciativa não foi bem recebida por autoridades locais. O presidente interino da Coletividade Territorial da Guiana Francesa, Jean-Paul Fereira, manifestou surpresa e descontentamento, apontando que o plano divulgado difere daquele inicialmente acordado com os representantes da região. A expectativa anterior era de uma unidade convencional, voltada para aliviar a superlotação carcerária local.
Fereira destacou, por meio das redes sociais, que os detalhes do novo projeto foram conhecidos pela população e pelos líderes locais apenas por meio da imprensa, o que gerou indignação.
“É, portanto, com espanto e indignação que os membros eleitos da Coletividade descobriram, junto com toda a população da Guiana, as informações detalhadas no Le Journal du Dimanche”
, escreveu.
Saint-Laurent-du-Maroni, onde será erguida a nova prisão, já tem um histórico com o sistema penal francês. No passado, a cidade abrigou um campo de detenção famoso, retratado no livro “Papillon”, que teve adaptação cinematográfica. O local é rodeado por floresta densa e representa um ponto estratégico para o controle do tráfico na tríplice fronteira amazônica.
Com a nova unidade, o governo francês reforça sua presença na América do Sul e aposta no isolamento de criminosos como forma de conter o avanço do crime organizado e das redes de radicalização.