Um projeto experimental desenvolvido pelo governo de São Paulo pretende utilizar inteligência artificial para apoiar a correção de atividades escolares de estudantes da rede estadual. O sistema será inicialmente testado com alunos do 8º ano do ensino fundamental e da 1ª série do ensino médio, por meio da plataforma TarefaSP.

Foto: Marco Ankosqui/Governo de São Paulo

A proposta prevê a correção automatizada de aproximadamente 5% dos exercícios respondidos na ferramenta digital, voltados principalmente para questões dissertativas das disciplinas de língua portuguesa, matemática, ciências, química, física, geografia e história. Durante o período de testes, as avaliações feitas pela IA não terão qualquer influência nas notas dos alunos.

De acordo com o secretário estadual da Educação, Renato Feder, a IA funcionará como um assistente virtual de correção, sem substituir os professores. A plataforma, criada em 2023, já é utilizada por estudantes a partir do 6º ano do ensino fundamental, permitindo o envio e acompanhamento de atividades escolares online. Agora, com a nova funcionalidade, os retornos às respostas devem ser instantâneos.

O processo ocorre da seguinte forma: quando o estudante termina a tarefa, a resposta é colocada em uma fila de processamento. A inteligência artificial, então, compara a solução do aluno com um gabarito elaborado por especialistas da Secretaria da Educação. Com base nessa análise, o sistema indica se a resposta está correta, parcialmente correta ou incorreta, oferecendo também uma explicação breve. O estudante poderá avaliar o feedback recebido.

Claudia Costin, ex-diretora global de educação do Banco Mundial, comentou sobre o uso da tecnologia, destacando a necessidade de cautela e ética. Ela reforçou que, embora a IA possa facilitar a rotina docente e preparar os alunos para um mundo cada vez mais digital, o processo educacional não pode abrir mão de valores e da supervisão constante de pais e professores.

O governo informou que os testes seguirão nos próximos meses, sem prazo definido para conclusão, com o objetivo de analisar os impactos a longo prazo nas escolas e no cotidiano dos educadores.