Paraná elimina mais de 10 milhões de ovos por precaução contra gripe aviária
Mesmo sem registros da doença no Estado, ovos de incubação foram descartados após rastreamento ligado a foco no Rio Grande do Sul
Por Plox
20/05/2025 07h20 - Atualizado há 4 dias
O governo do Paraná concluiu, nesta segunda-feira (19), uma ação preventiva de grande impacto: a destruição de mais de 10 milhões de ovos férteis armazenados em um incubatório no Estado. A medida foi tomada após a confirmação de um foco de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) em uma granja comercial localizada em Montenegro, no Rio Grande do Sul. Embora os ovos não apresentassem qualquer sinal de contaminação, a decisão seguiu protocolos rigorosos de biossegurança estabelecidos nacionalmente.

A operação teve início na sexta-feira (16) e foi conduzida pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). Ao todo, 10.163.130 ovos destinados à incubação foram eliminados, com o objetivo de evitar qualquer possibilidade de disseminação do vírus H5N1. O lote inicial investigado continha 12 mil ovos provenientes da granja gaúcha afetada, e por precaução, todo o estoque do incubatório paranaense foi descartado.
Segundo a Adapar, essa ação, embora drástica, é respaldada pelo Plano Nacional de Contingência da Influenza Aviária e foi adotada em conjunto com o Ministério da Agricultura. O Paraná, apesar de não registrar casos suspeitos ou confirmados da doença, decidiu agir devido à proximidade com o foco no Rio Grande do Sul e à intensa movimentação de material genético entre os Estados.
O secretário da Agricultura do Paraná, Marcio Nunes, esteve reunido com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e representantes do setor produtivo no sábado (17), buscando alinhar estratégias para conter impactos no comércio externo.
Após a confirmação do foco da doença em Montenegro, países como China, México, Argentina, Uruguai e membros da União Europeia suspenderam temporariamente as importações de carne de frango do Brasil. Como o Paraná é o maior produtor e exportador nacional do produto, respondendo por cerca de 35% da produção e 42% das exportações, qualquer contaminação local poderia desencadear novas barreiras comerciais e afetar gravemente o setor.
Carlos Fávaro afirmou que estão sendo feitas negociações com os países importadores, na tentativa de reverter as restrições com base em dados de rastreabilidade e contenção geográfica.
\"Com eficiência e transparência, o comércio pode ser retomado antes dos 60 dias inicialmente previstos\", destacou o ministro.
A Adapar reforçou que os ovos destruídos não apresentavam sintomas da doença, mas foram eliminados como medida de cautela. A agência também enfatizou a importância da colaboração dos produtores no cumprimento de normas sanitárias, como o controle de acesso às granjas, desinfecção rigorosa de veículos, roupas e calçados, além da notificação imediata de qualquer alteração no comportamento das aves.
Atualmente, o sistema de vigilância paranaense monitora mais de 300 propriedades, com resposta rápida a qualquer suspeita – geralmente em menos de 12 horas. A destruição dos ovos foi considerada uma ação indispensável para proteger o status sanitário do Estado e evitar danos maiores ao setor avícola nacional.