Calopsitas podem desenvolver depressão; entenda

Os fatores que levam ao diagnóstico de problemas emocionais podem variar

Por Plox

20/06/2024 19h06 - Atualizado há 4 meses

Aves da espécie das calopsitas são populares por serem companheiras agradáveis e de fácil manutenção em comparação a animais maiores. Sua capacidade de aprender a cantar, falar e realizar pequenos truques cativa muitos tutores. No entanto, a estudante de psicologia Paloma dos Santos, de 23 anos, ilustra um aspecto menos conhecido dessas aves: os problemas emocionais. Em 2019, Paloma perdeu sua calopsita Dory, de 2 anos, que desenvolveu perda de apetite e parou de cantar após a estudante precisar viajar por um longo período. “Ela era muito esperta. Não tinha medo das pessoas e gostava de cantar pela casa. Quando precisei viajar por um longo período, ela parou de comer e de cantar, e teve perda de apetite”, relata.

Foto: Reprodução/Pixabay 

Animal pode sofrer com ansiedade e depressão

Segundo o veterinário Matheus Rabello, da clínica Exotic Life, as calopsitas, assim como outros psitacídeos, têm uma inteligência bastante desenvolvida, o que as torna suscetíveis a distúrbios psicológicos. “Alterações comportamentais, reclusão, sono excessivo, perda de peso e diminuição de apetite denotam frustração e são sinais que podem estar ligados ao quadro depressivo. Isso traz a queda imunológica e, consequentemente, doenças oportunistas”, explica Rabello.

Riscos e fatores causadores de estresse

Os fatores que levam ao diagnóstico de problemas emocionais podem variar. As calopsitas são sensíveis ao ambiente em que vivem e podem sofrer com mudanças na rotina ou a perda de entes queridos. Rabello exemplifica: “Às vezes, a ave está acostumada a ficar em uma área externa, onde pode tomar banhos de sol. De repente, o tutor se muda para um apartamento...”, mostrando como mudanças bruscas podem causar estresse emocional.

Outro exemplo citado pelo veterinário é o de tutores que adquiriram aves durante a pandemia e passaram a maior parte do tempo em home office. Com o fim do isolamento social e o retorno ao trabalho presencial, as aves ficavam sozinhas por longos períodos, levando a casos de depressão, distúrbios de comportamento e até automutilação.

Cuidados essenciais para a saúde mental das calopsitas

Para evitar problemas emocionais, Rabello recomenda um ambiente onde a ave possa ter interação social, tanto com outros pássaros quanto com membros da família. Oferecer brinquedos e obstáculos para estimular desafios diários é uma boa prática. No entanto, ele alerta sobre a introdução de outras calopsitas no mesmo ambiente. “Por serem aves bastante inteligentes, nem sempre elas se dão super bem, pode ser que elas não gostem”, comenta o veterinário, ressaltando a importância de considerar a personalidade de cada ave. “Mas vale o risco sim, a fim de evitar o isolamento dela”, conclui.

 

 

 

 

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