Planalto apaga frase de Lula chamando bebê de "monstro"

Em uma entrevista concedida à rádio CBN nesta terça-feira (18), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma declaração polêmica ao comentar sobre o projeto de lei que equipara o aborto após 22 semanas de gestação com crime de homicídio. Lula questionou: "Que monstro vai sair do ventre dela?", referindo-se a uma menina vítima de estupro. No entanto, essa parte da fala foi omitida em um vídeo editado divulgado pelo Canal Gov.

A deputada e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, compartilhou em seu Instagram um trecho dessa entrevista, que aparenta estar editado, sem a controvérsia declaração. A gravação, que contém uma marca d'água do Canal Gov, também foi divulgada em suas redes sociais.

Durante a entrevista, Lula mencionou que as meninas vítimas de estupro têm o direito de não querer ter o filho do agressor. Ele também questionou como o autor do projeto de lei, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), reagiria se sua própria filha estivesse em uma situação semelhante: "Queria saber se uma filha dele fosse estuprada, como ele iria se comportar".

Apesar de se declarar pessoalmente contra o aborto, Lula afirmou que, como chefe de Estado, tratará a questão como um problema de saúde pública: "Você não pode continuar permitindo que a madame vá fazer aborto em Paris e a coitada morra em casa tentando furar o útero com uma agulha de tricô". Ele ressaltou que as vítimas de aborto são frequentemente meninas entre 12 e 14 anos e que é um "crime hediondo um cidadão estuprar uma menina de 10, 12 anos e depois querer que mulher tenha o filho".

Lula também argumentou que o tema do aborto não deveria ser uma prioridade no debate político e social do Brasil atualmente: "O aborto não deveria nem ter entrado em pauta. O tema do Brasil não é esse".