Abandono expõe monumentos históricos do Centro do Rio a furtos e vandalismo
Estátuas centenárias, como a de General Osório e Marechal Deodoro, estão sendo destruídas e roubadas em plena área central da cidade
Por Plox
20/06/2025 17h10 - Atualizado há cerca de 9 horas
Monumentos históricos localizados no Centro do Rio de Janeiro vêm sendo vítimas constantes de vandalismo e furtos, ameaçando a preservação de parte importante do patrimônio cultural da cidade.

Um dos principais exemplos desse descaso é o monumento em homenagem ao General Osório, situado na Praça XV, ao lado do Paço Imperial. A estátua, que remonta a 1894, foi moldada em bronze proveniente de canhões usados na Guerra do Paraguai. Após resistir a mais de cem anos, a obra começou a ser destruída gradativamente. Imagens gravadas nas últimas semanas revelam o desaparecimento da cabeça de um cavalo e de partes de um soldado do conjunto escultórico. Antes protegida por grades, a área hoje se encontra desguarnecida.
Marconi Andrade, restaurador e idealizador do projeto S.O.S. Patrimônio, acompanha a deterioração dessas peças históricas. Em 2014, ele realizou um extenso registro fotográfico documentando os danos sofridos pelo monumento. Segundo ele, o problema ultrapassa o simples vandalismo: trata-se de uma ação criminosa com fins econômicos. “A maioria dessas peças é feita de bronze, e acaba sendo vendida em ferro-velho”, explicou.
Outro marco cultural afetado é o monumento a Marechal Deodoro da Fonseca, instalado na Cinelândia em 1937. O local exibe sinais evidentes de abandono: há acúmulo de lixo, e a presença constante de pessoas em situação de rua e usuários de drogas. Em 2014, uma das esculturas, com 400 quilos, foi removida do conjunto e, até hoje, não foi localizada. A base onde ela estava permanece vazia, como símbolo do abandono. “Uma estátua de 400 quilos simplesmente foi levada. Ninguém viu, e até hoje nada. Não tem explicação pra isso”, afirmou Marconi.
Em resposta, a Polícia Militar comunicou que mantém patrulhamento contínuo na região, realizando abordagens e revistas. Contudo, segundo a corporação, muitos dos crimes são cometidos por pessoas em situação de rua com reincidência, o que exige uma atuação coordenada entre diferentes órgãos públicos, com o suporte da PM.