Irã recusa negociações com EUA enquanto ataques de Israel persistirem

A uma semana do início da escalada, o Irã afirmou que não participará de qualquer negociação com os Estados Unidos enquanto Israel prosseguir com ataques em solo iraniano.

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O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, declarou nesta sexta-feira (20), em entrevista à TV estatal, que os EUA buscaram iniciar “negociações sérias”, mas seu país condiciona qualquer diálogo ao fim imediato da “agressão” israelense – caso contrário, não haverá espaço para diplomacia.

A ofensiva israelense, realizada durante a madrugada, atingiu várias instalações no Irã. Entre elas, destaca-se uma planta industrial de produção de fibra de carbono, material utilizado na fabricação de mísseis, segundo a mídia estatal do Irã. Teerã, por sua vez, nega que o local tivesse ligação com pesquisas nucleares.

O Exército de Israel justificou a ação afirmando que tinha como alvo centros ligados ao suposto programa nuclear iraniano, incluindo a Organização de Inovação e Pesquisa Defensiva. Funcionários de países ocidentais apontam, entretanto, que alvos civis e infraestrutura crítica vêm sendo atingidos, em uma tentativa de abalar o regime do aiatolá Ali Khamenei.

Para tentar conter a escalada, chefes de Estado e chanceleres da Grã‑Bretanha, França, Alemanha e União Europeia devem se reunir com Abbas Araghchi em Genebra nesta sexta. O objetivo oficial é abrir um caminho diplomático para interromper os confrontos.

Segundo a Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos, o conflito já deixou ao menos 639 mortos no Irã em uma semana – entre eles, cientistas e militares de alto escalão. Do lado israelense, os deslocamentos de mísseis lançados pelo Irã provocaram a morte de cerca de vinte civis.

A crise agrava tensões históricas na região e sinaliza que, ao menos por agora, qualquer tentativa de diálogo com os Estados Unidos encontra obstáculo no meio dos ataques israelenses.