Serviços como Google e Facebook têm contas ameaçadas por vazamento de dados
Senhas de bilhões de usuários podem estar expostas em megacompilação detectada por especialistas
Por Plox
20/06/2025 15h12 - Atualizado há cerca de 13 horas
Na sexta-feira (20), um alerta de segurança digital chamou atenção de usuários e especialistas: um vazamento que pode conter até 16 bilhões de senhas foi identificado, incluindo credenciais ligadas a contas em serviços populares como Google, Apple, Facebook, Telegram e GitHub.

A denúncia partiu do site especializado Cybernews, que classificou o incidente como “o maior vazamento da história”. Segundo a publicação, os dados estavam reunidos em 30 bancos distintos, com registros variando de dezenas de milhões a bilhões por base.
As informações teriam sido furtadas por infostealers — programas maliciosos que capturam dados digitados por usuários infectados. Apesar da gravidade, especialistas apontaram que o número divulgado pode estar inflado, já que os arquivos continham senhas repetidas ou provenientes de vazamentos antigos.
Na própria atualização da matéria, o Cybernews admitiu que não foram divulgadas amostras dos arquivos — prática comum em casos legítimos — e reconheceu que parte dos dados pode ter sido reciclada.
O Google afirmou que o incidente não se originou em suas plataformas. A Apple preferiu não comentar o caso e a Meta, responsável pelo Facebook, não respondeu até a publicação da reportagem.
Esses programas invasores, além de senhas, têm como alvo carteiras de criptomoedas e outros dados sensíveis. Em geral, eles coletam as informações em arquivos compactados contendo documentos com referências aos sites acessados, nome de usuário e senhas salvas no navegador.
A Hudson Rock, empresa de monitoramento de infostealers, destacou que a média de credenciais furtadas por dispositivo infectado gira em torno de 50. Para alcançar 16 bilhões de senhas, seria necessário que 320 milhões de dispositivos tivessem sido comprometidos — algo improvável nas atuais proporções da internet.
A análise indica que os dados foram reunidos ao longo do tempo por pesquisadores, empresas ou criminosos, depois reempacotados e expostos como se fossem inéditos.
Na prática, essas senhas circulam em mercados paralelos, incluindo a dark web, Telegram e Discord. É possível comprar pacotes com milhares de credenciais por valores acessíveis. O site Bleeping Computer recebeu, inclusive, uma amostra com 64 mil senhas durante apuração.
Já houve casos parecidos no passado, como o pacote RockYou2024, que continha 9 bilhões de registros vazados.
Diante desse cenário, especialistas recomendam medidas de segurança digital:
- Trocar senhas regularmente
- Utilizar combinações com letras, números e símbolos
- Usar gerenciadores de senhas (como os indicados por Kaspersky e Google)
- Ativar verificação em dois fatores
- Optar por chaves físicas quando possível
O alerta reforça a necessidade de manter rotinas de segurança cibernética atualizadas, principalmente diante da exposição potencial de credenciais pessoais em larga escala.