A jornada bilionária da Barbie: 64 anos de sucesso e um novo filme

As lojas de brinquedos já sentem o impacto desse lançamento.

Por Plox

20/07/2023 08h03 - Atualizado há cerca de 1 ano

Um fenômeno incontestável no universo dos brinquedos, a Barbie, com 64 anos de existência, continua a gerar bilhões de dólares anualmente para a Mattel, empresa detentora da marca. Uma nova fase promissora se avizinha com o lançamento de seu filme live-action, o qual tem provocado grande expectativa e movimentação no mercado de brinquedos.

As lojas de brinquedos já sentem o impacto desse lançamento. Uma filial de uma grande rede na região Centro-Sul de Belo Horizonte, por exemplo, prepara-se para destacar a nova linha de produtos da Barbie, lançados pela Mattel. Entre eles, destacam-se itens como um jogo de cartas Uno, edição especial com imagens do filme, e bonecas de colecionador, com figurinos inspirados na trama.

 

Os produtos têm atraído atenção e vendas, como relatou a gerente de uma das lojas: “Recebemos a primeira remessa e alguns modelos esgotaram. Geralmente, as Barbies que mais saem são as mais baratas, de R$ 60, porque são para presente. Mas, quando vem uma mãe, avó, madrinha para presentear, elas compram as mais luxuosas, com mais acessórios”.

A projeção é de que o filme e a nova linha de produtos causem um aumento de 9% nas vendas da boneca, segundo a Ri Happy, uma das principais varejistas de brinquedos no Brasil. A empresa vende, em média, de 22 mil a 34 mil Barbies todos os meses no país, com 1.700 delas sendo comercializadas em Belo Horizonte.

A trama do filme, dirigida pela cineasta Greta Gerwig, tem também reavivado a nostalgia em muitos adultos, os quais acabam por se tornarem consumidores dos produtos relacionados à boneca, seja para presentear ou para si mesmos. Esse movimento, segundo a gerente de uma loja de brinquedos, tem se intensificado nas últimas semanas.

A evolução e versatilidade da Barbie também têm se refletido em sua representatividade. Hoje, a Mattel produz bonecas com diferentes tons de pele e características físicas, o que inclui a primeira boneca com Síndrome de Down. Ainda que a versão loira da Barbie seja a mais vendida, as outras versões também são procuradas.

Essa expansão também chegou ao mercado de ações. Analistas de mercado preveem que o lançamento do filme impulsionará as ações da Mattel, que já negociou os direitos de uso do nome com outras grandes empresas, como Burger King e Gap. Os investidores veem com bons olhos essa estratégia da Mattel, que pode ampliar ainda mais o faturamento bruto da empresa, que foi de cerca de US$ 6 bilhões em 2022. Desse total, quase US$ 1,5 bilhão foi oriundo apenas da Barbie, sendo a maior fatia individual do portfólio da empresa.

A Barbie, no entanto, não está livre de críticas. Com um corpo originalmente magro, branco e loiro, a boneca tem sido apontada como responsável por reforçar estereótipos de gênero e um padrão estético quase inalcançável. A psicóloga Laís Fontenelle, que estudou o impacto da Barbie sobre o imaginário infantil, avalia que, apesar de aprisionar as meninas com esse padrão, a boneca trouxe inovações, como a primeira boneca que retrata o corpo adulto e a inclusão de personagens masculinos em suas brincadeiras.

A Barbie, para além de ser apenas um brinquedo, é um universo de consumo, com criação de muitos produtos a partir da boneca. Apesar dos possíveis efeitos negativos, brincar com bonecas como a Barbie é importante para o desenvolvimento de habilidades sociais em crianças, como empatia, comunicação e resolução de problemas, como pondera a psicóloga e psicopedagoga Roneida Gontijo.

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