Ação do MPF torna Caporezzo réu por violência política contra deputadas

MPF pede condenação e inelegibilidade

Por Plox

20/07/2024 09h32 - Atualizado há cerca de 2 meses

O deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL) agora é réu em uma ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF), acusado de violência política de gênero contra as deputadas Bella Gonçalves (PSOL), Beatriz Cerqueira (PT) e Dandara Tonantzin (PT). A decisão, tomada pelo juiz Cássio Fontenelle, foi emitida nesta sexta-feira (19/07). Caporezzo tem um prazo de 15 dias para responder à Justiça, mas afirma que ainda não foi intimado.

Foto: Luiz Santana / ALMG

Acusações e detalhes da denúncia

O MPF aponta que Caporezzo praticou sete atos de violência política contra as deputadas. A denúncia detalha episódios em que o deputado ridicularizou as vítimas em redes sociais e na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), além de ter desconsiderado denúncias de "estupro corretivo" sofridas por elas em agosto do ano passado.

Publicações ofensivas e repercussões

Segundo a denúncia, Caporezzo teria produzido e disseminado vídeos com cortes, montagens, distorções de vozes e imagens, emojis e memes ultrajantes para humilhar e ridicularizar as deputadas, visando intensificar o engajamento nas redes sociais e espalhar desinformações. Uma das publicações, feita em fevereiro de 2023, usou imagens da bailarina Thais Carla de forma jocosa para objetificar e descredibilizar a deputada Dandara Tonantzin e a artista.

Repercussão entre as deputadas

Bella Gonçalves afirmou que Caporezzo usou a violência política como estratégia para ganhar seguidores e eleitores. Ela comemorou a ação do MPF e pediu rapidez nas investigações. "Violências muito fortes foram vividas dentro da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e nas redes sociais. Essas ações cessaram após a denúncia e a postura da Assembleia, mas os danos causados não podem ser esquecidos", declarou Bella.

Caporezzo se defende

Procurado pela reportagem, Caporezzo informou que ainda não foi formalmente notificado sobre a ação e que acredita tratar-se de uma tentativa de censurar suas opiniões políticas. "Infelizmente, no Brasil, a esquerda tenta destruir a inviolabilidade de opinião dos parlamentares conservadores com censura, repressão e cadeia. Definitivamente, não irei me acovardar", declarou.

Pedidos do MPF

O MPF solicitou à Justiça a condenação de Caporezzo pelos crimes de violência política, com a possível perda do mandato e inelegibilidade por oito anos, além de uma reparação mínima de R$ 60 mil por danos morais para cada uma das vítimas.

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