Macaé Evaristo critica sanção dos EUA contra ministros do STF

Ministra dos Direitos Humanos classifica como grave e lamentável a revogação de vistos imposta pelo governo Trump

Por Plox

20/07/2025 17h06 - Atualizado há 1 dia

Durante sua participação na Parada do Orgulho LGBTQIAPN+ realizada neste domingo (20) em Belo Horizonte, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo (PT), se posicionou de forma contundente contra uma medida tomada pelo governo dos Estados Unidos. A decisão de revogar os vistos do ministro Alexandre de Moraes, de outros sete membros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi classificada por ela como “lamentável”.


Imagem Foto: MDHC Clarice Castro


Ao falar com a imprensa durante o evento, Macaé destacou sua preocupação com a tentativa de interferência de um governo estrangeiro no funcionamento do Judiciário brasileiro. “É lamentável que um país tente intervir nos assuntos internos de outro, especialmente em algo tão sério como o Poder Judiciário”, declarou à Rádio Itatiaia.



Segundo a ministra, o governo brasileiro não teme represálias semelhantes contra integrantes do Executivo, embora lamente essa possibilidade. “Se isso se estender a ministros do presidente Lula, será muito triste. Mas os governos passam, e os princípios devem permanecer”, afirmou. Em sua fala, ela reforçou sua esperança de que
"a justiça e os ideais que alimentaram a construção da ONU se sobreponham à barbárie”

, em referência direta às ações lideradas pelo governo Trump.


A polêmica teve início na sexta-feira (18), quando o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, comunicou a revogação dos vistos não apenas de Moraes, mas também de seus aliados e parentes próximos. Rubio afirmou nas redes sociais que a medida responde a uma suposta censura promovida por Moraes, especialmente em ações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. “A perseguição política do ministro Alexandre de Moraes criou um ambiente de censura que extrapola o território brasileiro e atinge os Estados Unidos”, justificou Rubio.


No mesmo dia da decisão americana, Moraes havia atendido a um pedido da Procuradoria-Geral da República e impôs ao ex-presidente Bolsonaro o uso de tornozeleira eletrônica, além de outras restrições: recolhimento domiciliar noturno, proibição de uso de redes sociais e de contato com investigados e autoridades diplomáticas.


Em resposta, Bolsonaro classificou as medidas como uma “suprema humilhação”. Já a PGR argumentou que há risco real de o ex-presidente tentar fugir do país ou pressionar autoridades envolvidas nas investigações.


O caso segue repercutindo amplamente, com manifestações públicas em apoio e repúdio à decisão de Moraes e à postura adotada pelo governo norte-americano.


Destaques