Nubank reforça compromisso com legislações diante de tensão internacional
CEO afirma que banco seguirá leis brasileiras e internacionais, em meio à polêmica sobre sanções e declarações do STF
Por Plox
20/08/2025 07h20 - Atualizado há 3 dias
Durante um evento voltado para a divulgação de novas iniciativas do Nubank para clientes de alta renda, Livia Chanes, presidente da operação brasileira da fintech, falou sobre a postura da empresa diante do recente impasse envolvendo o Supremo Tribunal Federal (STF) e o governo de Donald Trump, nos Estados Unidos.

A executiva reafirmou o compromisso da instituição com o cumprimento das leis brasileiras e internacionais. \"Como política institucional, temos um cumprimento absoluto das leis brasileiras e das leis internacionais, mas, nesse momento, não tem nenhuma ação requerida do nosso lado. Em proteção à privacidade dos nossos clientes, também acho que não posso abrir uma outra informação\", declarou Chanes durante coletiva nesta terça-feira (19).
A repercussão veio após o ministro Flávio Dino, do STF, sugerir que instituições financeiras poderiam ser punidas caso aplicassem sanções contra o também ministro Alexandre de Moraes, em razão de ações do governo Trump. A fala de Dino ocorreu no contexto de uma decisão sobre a tragédia ambiental de Mariana (MG), onde o ministro reforçou que ordens de governos estrangeiros só têm validade no Brasil se homologadas pelo Supremo.
O clima de tensão impactou fortemente o mercado financeiro brasileiro. O setor bancário encerrou o dia com perdas expressivas, sendo o Banco do Brasil o mais afetado, com queda de 6,02%. Na sequência vieram Santander (-4,87%), BTG (-3,48%), Bradesco (-3,42%) e Itaú (-3,04%). No total, os bancos perderam R$ 41,3 bilhões em valor de mercado.
Esse movimento puxou para baixo o desempenho geral da Bolsa brasileira, que fechou com retração de 2,10%, aos 134.432 pontos. Já o dólar disparou 1,23%, encerrando o dia cotado a R$ 5,500.
A preocupação do STF surgiu após conversas com representantes de bancos brasileiros, nas quais ministros concluíram que as instituições não garantiram, de forma explícita, que não aplicariam eventuais sanções contra Alexandre de Moraes no Brasil — embora até o momento, as restrições determinadas por Washington estejam limitadas a operações internacionais.
Além de responder à crise política-econômica, o Nubank também aproveitou o evento para lançar novas vantagens para seu segmento de alta renda. A linha Ultravioleta foi reformulada com foco em benefícios voltados principalmente ao turismo. A partir desta quarta-feira (20), os clientes que utilizarem o serviço Nu Viagens acumularão 9 pontos ou 5% de cashback para cada dólar gasto.
Já para demais operações fora do segmento turístico, o acúmulo será de 2,2 pontos por dólar ou 1,25% de cashback. Outro atrativo anunciado é o IOF zerado em transações internacionais, com spread de 3,5%. Para compras em outras moedas por meio da conta global, o spread será de 0%.
Essas novas vantagens substituem o antigo atrativo do Certificado de Depósito Bancário (CBD) que rendia 200% do CDI. De acordo com Ally Ahearn, diretora da vertical Ultravioleta, essa mudança foi baseada em dados de comportamento dos usuários.
\"90% dos clientes vão ter um cashback maior que o CDI, e o dinheiro parado em um CDI 200% não incentiva que o cliente gaste em viagens\"
, afirmou.
A reformulação visa atrair e reter clientes de alto poder aquisitivo, com uma abordagem mais voltada ao consumo inteligente e à valorização dos gastos com experiências, como viagens internacionais.