"Vai ter que me prender pra me calar", afirma Silas Malafaia após depor na Polícia Federal

Pastor teve celulares apreendidos e foi impedido de deixar o país por suspeita de atrapalhar investigações sobre tentativa de golpe envolvendo Bolsonaro

Por Plox

20/08/2025 22h52 - Atualizado há 3 dias

Ao desembarcar no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, vindo de Lisboa, o pastor Silas Malafaia foi surpreendido por agentes da Polícia Federal no início da noite desta quarta-feira (20).


Imagem Foto: Reprodução


Os policiais cumpriram um mandado de busca pessoal e de apreensão de celulares, autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), como parte da investigação que apura tentativas de obstrução de Justiça relacionadas ao processo da tentativa de golpe de Estado, no qual Jair Bolsonaro e aliados são réus.



Conduzido para prestar depoimento nas dependências do próprio aeroporto, Malafaia também foi notificado sobre medidas cautelares que o impedem de deixar o Brasil e de manter contato com outros investigados.



Após o depoimento, o pastor recebeu apoio de simpatizantes e não poupou críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF.
"Vai ter que me prender pra me calar", afirmou em tom desafiador. 
Ele acusou Moraes de criminalizar a liberdade de expressão e o chamou de “criminoso”, alegando que denuncia suas ações há anos por meio de vídeos.



A investigação, registrada na PET nº 14129, foi conduzida com respaldo da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apoiou as medidas cautelares solicitadas pela PF. Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, foram identificados diálogos e publicações em que Malafaia aparece como um dos responsáveis por orientar e colaborar com atos de coação, junto a Eduardo e Jair Bolsonaro. Para Gonet, os três demonstram atuação conjunta com o objetivo de interferir ilicitamente no curso do processo penal.



Durante sua fala, Malafaia negou que tenha orientado Eduardo Bolsonaro e se mostrou indignado com o vazamento de conversas que, segundo ele, seriam privadas. “Quem sou eu pra orientar Eduardo Bolsonaro? Conversa com ele. Que país é esse, que vaza conversas minhas como se eu tivesse dando ordens?”, questionou, em tom inflamado.



O pastor também afirmou que seus comentários com Eduardo eram eventuais e opinativos, reforçando que não escondia nada e que não vê crime nas conversas. \"A posição de Eduardo é dele. Eu apenas comento, de vez em quando eu meto o pau: 'tá errado, não é assim que se fala, não tem que esconder nada, tá errado\", concluiu.



A situação envolvendo Malafaia é mais um capítulo das investigações que cercam os desdobramentos da tentativa de golpe e a articulação de figuras públicas que tentaram interferir no curso legal do processo.


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