Operação prende 30 pessoas suspeitas de integrar o "tribunal do crime" em Minas

Suspeitos responderão também por crime organizado e tráfico de drogas

Por Plox

20/10/2021 20h16 - Atualizado há mais de 2 anos

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu investigações que levaram a deflagrar a operação Caronte II, com o apoio da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), e prendeu, nesta quarta-feira (20), trinta suspeitos por envolvimento no crime organizado, tráfico de drogas e o chamado “tribunal do crime”, quando há execução de pessoas que não seguem as regras da organização criminosa.

Esta fase é um desdobramento da operação Caronte, que ocorreu em agosto de 2020. Desta vez, as investigações da Delegacia Regional de Polícia Civil em Itajubá iniciaram em fevereiro deste ano e culminaram com os cumprimentos de mandados de prisão e de busca e apreensão.

Operação contou com mais de 200 policiais, entre civis e militares. Foto: divulgação/PCMG

 

Os alvos da operação são envolvidos em crimes cometidos por meio de uma organização criminosa, e as prisões ocorreram em Itajubá, Pouso Alegre, Itamonte, Soledade de Minas e Maria da Fé, no Sul de Minas, e em Dourados, no Mato Grosso do Sul.

A equipes de policiais civis e militares também apreenderam maconha, cocaína, crack, munições, celulares e documentos que ainda serão catalogados e contabilizados para a continuidade dos inquéritos, que podem levar à identificação de mais suspeitos.

Por meio de um “tribunal”, composto por integrantes da organização, as partes envolvidas eram levadas a um local determinado onde mediante atuação de outros integrantes era realizado o julgamento das pessoas e a aplicação das penas que consistiam, em alguns casos, em agressões.

“Um trabalho intenso de investigação que realizamos e conseguimos identificar suspeitos pertencentes à facção criminosa que vinham criando uma espécie de ‘justiça privada’, em que levavam pessoas que quebravam regras impostas por esta organização”, explica o delegado Alexandre Valentim Boari de Souza, que conduziu as investigações e a operação.

Nesta mesma investigação foi identificado o vínculo de alguns integrantes da associação criminosa com responsáveis por alguns pontos de venda de drogas.

A operação Caronte é uma referência ao personagem da Mitologia Grega. Trata-se do barqueiro de Hades, deus do Inferno, que transporta as almas dos recém-mortos para o submundo. “A analogia está em levar os investigados à verdadeira Justiça, não a informal e ilícita que efetuam”, destacou Alexandre Valentim.

Além da PMMG, a operação também contou com o apoio da Regional do Departamento Penitenciário de Minas Gerais e a Guarda Municipal de Itajubá. No total, participaram 100 policiais civis, 60 policiais militares, 50 policiais penais e 30 guardas municipais, além das equipes do Canil e Apoio Aéreo de Belo Horizonte.

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