Aumento nos casos de esporotricose no Brasil mobiliza estados
Ministério da Saúde intensifica campanhas de conscientização sobre a doença transmitida por gatos.
Por Plox
20/10/2023 11h10 - Atualizado há cerca de 1 ano
Com a crescente incidência de esporotricose, doença transmitida por gatos a humanos, estados como Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Paraíba, Rio de Janeiro e Rondônia adicionaram a enfermidade à lista de notificações compulsórias. Essa medida torna obrigatória a comunicação de suspeitas ou confirmações da doença às autoridades de saúde nestas regiões.
O infectologista Márcio Castro, que participou do Congresso Brasileiro de Infectologia, falou com o PLOX sobre o assunto
Em contraponto, o Ministério da Saúde informou ao RPet que, apesar da doença não estar na lista de notificações imediatas do governo federal, promoveu campanhas de conscientização em maio e agosto deste ano.
Flávio Telles, infectologista e professor da UFPR, ressalta a expansão da doença relacionada aos felinos no país. Segundo ele, "embora o tratamento para humanos seja gratuito em todos os estados, o atendimento gratuito para gatos é limitado".
Visão dos especialistas
O veterinário Rodrigo Prazeres alerta para a gravidade da situação, considerando a doença como um problema de saúde pública. "Muitos animais abandonados e enfermos circulam pelas cidades e áreas rurais, além de gatos doentes que não possuem diagnóstico ou tratamento adequado", afirma.
No que tange à transmissão, a esporotricose pode ser passada para seres humanos através de arranhões ou mordidas de gatos contaminados. Flávio Telles enfatiza que os veterinários integram o grupo de risco, sugerindo que esses profissionais utilizem equipamentos de proteção ao atender animais infectados.
Victória Pereira Cavalcante, especialista em felinos, destaca que confrontos entre gatos também podem atuar como um mecanismo de transmissão da doença.
Prevenção e cuidados
Os profissionais enfatizam a importância de ações preventivas para evitar que os animais se contaminem. Fernando Lopes, comportamentalista de animais, sugere que os gatos não tenham acesso a áreas externas e evitem contato com solo contaminado ou outros gatos doentes.
Para tutores, a orientação é evitar contato direto com feridas de esporotricose. Caso haja exposição, a higienização das mãos deve ser imediata.
Os tratamentos, realizados com antifúngicos, devem ser prescritos por um veterinário, sendo essencial um acompanhamento contínuo do paciente para verificar a resposta ao tratamento, conforme sublinha Rodrigo Prazeres.