Sexo agendado: A ascensão da prática em relacionamentos atuais

Em um mundo onde séries e filmes costumam retratar o sexo como um ato impulsivo e espontâneo, a prática de "sexo agendado" tem ganhado espaço entre casais contemporâneos. A ideia de marcar um momento íntimo no calendário pode parecer contraproducente para muitos. No entanto, a recente visibilidade do tema, impulsionada por declarações de figuras públicas, desencadeou um debate sobre a eficácia e satisfação dessa abordagem.

A voz dos famosos e a reação do público

A atriz Mônica Martelli, em uma entrevista no programa "Papo de Segunda", do GNT, defendeu a ideia de "transar com hora marcada", revelando sua própria adoção dessa prática em sua vida amorosa. Suas declarações repercutiram fortemente na mídia. Paralelamente, o bilionário Bryan Johnson, conhecido por seus investimentos em procedimentos de rejuvenescimento, declarou que em sua busca por uma parceira, o sexo seria agendado, adicionando ainda mais combustível ao debate.

Estudos contrariam percepções convencionais

Um estudo divulgado no periódico científico “Journal of Sex Research” entrevistou 545 indivíduos, constatando que não há uma correlação direta entre sexo impulsivo e satisfação sexual. Surpreendentemente, os resultados mostraram que a espontaneidade não gera mais desejo e satisfação do que o sexo planejado.

Opinião de especialistas

Em conversa,  o psicólogo e sexólogo Rodrigo Torres opinou sobre o assunto. Segundo ele, o estranhamento diante da ideia do sexo planejado está associado a uma visão romantizada do sexo. Torres defende que agendar encontros íntimos pode ser benéfico, especialmente em meio a rotinas agitadas, e destaca a importância da comunicação no processo.

Prós e contras do planejamento

De acordo com Torres, o planejamento fortalece a conexão e satisfação sexual entre os parceiros. No entanto, ele adverte que a ansiedade de performance pode ser um efeito colateral negativo, e aconselha casais a evitar uma mentalidade de "sexo por obrigação".

Sexo planejado vs. sexo espontâneo

Torres acredita que é inviável comparar as duas abordagens, pois ambas possuem suas peculiaridades e podem ser complementares. Ele destaca que, em relacionamentos de longa duração, a espontaneidade tende a diminuir, tornando a ideia de esperar por ela impraticável. O planejamento, com boa comunicação, pode, paradoxalmente, levar a momentos mais espontâneos entre os parceiros.