Cúpula do Brics na Rússia reúne líderes globais sob liderança de Putin

Encontro ocorre enquanto a Rússia avança na guerra contra a Ucrânia

Por Plox

20/10/2024 15h09 - Atualizado há 2 meses

O presidente Vladimir Putin organizará uma cúpula com cerca de 20 líderes estrangeiros de 22 a 24 de outubro, visando destacar a força russa e desafiar a política de isolamento imposta pelo Ocidente devido à guerra na Ucrânia. O evento ocorrerá em Kazan, cidade às margens do rio Volga, e contará com 24 líderes e o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, sendo considerado pelo Kremlin como "o mais importante encontro diplomático realizado na Rússia".

Foto: Reprodução de vídeo

A reunião acontece em um momento em que a Rússia avança militarmente na Ucrânia e fortalece laços com adversários dos EUA, como China, Irã e Coreia do Norte, além de manter relações com países que possuem vínculos com o Ocidente. O presidente chinês Xi Jinping, o presidente iraniano Masud Pezeshkian, o primeiro-ministro indiano Narendra Modi e o presidente turco Recep Tayyip Erdogan estão entre os convidados.

Com a participação de Pezeshkian em meio às tensões com Israel, os líderes discutirão também os conflitos em Gaza e no sul do Líbano, embora a Rússia busque manter uma posição moderada, pedindo cautela às partes envolvidas.

Reunião busca demonstrar alianças alternativas

A cúpula dos Brics, composta por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, tem o objetivo de mostrar que a Rússia não está isolada e possui aliados estratégicos, segundo o analista Konstantin Kalachev. Para o Kremlin, é "crucial" demonstrar que há opções além das pressões ocidentais, reforçando a ideia de um mundo multipolar.

Moscou insiste em descrever suas ações na Ucrânia como uma resposta à hegemonia dos EUA, e não como uma guerra de conquista, apesar das anexações em territórios ucranianos. O porta-voz Dmitri Peskov afirma que a Rússia busca relações baseadas no direito internacional, em contraste com as "regras impostas" pelos Estados Unidos.

Expansão do Brics e novos membros

Fundado em 2009, o Brics adicionou a África do Sul em 2010. No verão de 2023, o bloco aceitou a entrada de Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos e Argentina, embora a adesão formal deste último tenha sido adiada após a eleição de Javier Milei.

A Turquia, que anunciou em setembro sua intenção de se juntar ao grupo, enviará seu presidente à cúpula. Por outro lado, a Arábia Saudita será representada pelo ministro das Relações Exteriores, levantando especulações sobre possíveis divergências com a Rússia, especialmente após o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman ter visitado Bruxelas recentemente.

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