Enchentes devastadoras no Sul do Brasil: Mortes e milhares desabrigados no RS e SC enfrenta tornados
Enchentes no RS deslocam mais de 10 mil pessoas e deixam quatro mortos, enquanto SC enfrenta tornados e emergências
Por Plox
20/11/2023 21h04 - Atualizado há cerca de 1 ano
As intensas precipitações que atingiram o Rio Grande do Sul desde a última quarta-feira (15) resultaram na morte de quatro pessoas e no deslocamento de mais de 10 mil habitantes, conforme relatado pela Defesa Civil estadual. A entidade registrou 3.235 desabrigados, que necessitam de abrigos públicos, e 7.527 desalojados, que buscaram refúgio em residências de conhecidos. A situação é particularmente crítica no Vale do Taquari, com 2.819 pessoas afetadas e 35 abrigos públicos operacionais em dez municípios. Estradas interditadas e a preocupação com o aumento do nível dos rios, especialmente o Lago Guaíba em Porto Alegre, agravam a situação. A cheia do Guaíba, com 3,19 metros, já é considerada a maior desde 1941, superando inclusive as inundações de setembro último. A previsão da MetSul Meteorologia indica mais chuvas para os próximos dias, aumentando os riscos de novos estragos.
Enquanto isso, o estado de Santa Catarina também enfrenta desafios similares, com 67 municípios em situação de emergência e nove em estado de calamidade pública. Um tornado foi registrado no sábado (18) em Urupema, causando danos significativos. As chuvas causaram três mortes em Santa Catarina, e as buscas continuam por um homem de 70 anos desaparecido em Praia Grande. O EPAGRI/CIRAM alerta para o retorno dos temporais isolados na terça-feira (21), com o risco de tempestades intensas entre quarta (22) e quinta (23).
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, enfatizou a seriedade da situação. "Sobrevoei São Sebastião do Caí com o prefeito Júlio Campani. Os estragos da maior enchente em 148 anos foram muitos, mas não houve perda de vidas no município. Não faltará apoio à reconstrução da cidade", afirmou Leite. Municípios afetados, como Cruzeiro do Sul, estão solicitando doações de itens essenciais, enquanto outros buscam auxílio de voluntários. A situação remete às chuvas de setembro, que já haviam causado devastação, com 51 mortes registradas no Rio Grande do Sul. A Defesa Civil observa uma diferença crucial entre os eventos: as enchentes atuais ocorrem de forma mais gradual, ao contrário da enxurrada forte e abrupta de setembro. Mais de 194 mil pessoas foram afetadas desde quarta-feira, com pelo menos 133 municípios reportando danos. Além disso, 41 estradas estaduais continuam parcial ou totalmente bloqueadas devido a deslizamentos de terra ou inundações.