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De faxineira a universitária: mulher conquista vaga na federal onde trabalhava na limpeza
Após trabalhar 15 anos na limpeza da UFJF e retomar os estudos aos 47, incentivada pelos filhos, Cláudia Dias da Silva realiza o sonho da faculdade e cursa Ciências Humanas, planejando seguir carreira acadêmica
20/11/2025 às 08:18por Redação Plox
20/11/2025 às 08:18
— por Redação Plox
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Aos 50 anos, Cláudia Dias da Silva realiza um sonho que por muito tempo pareceu inalcançável: ocupar uma sala de aula como aprendiz, e não mais como quem limpa o espaço.
Cláudia Dias da Silva é a primeira da família, dos lados paterno e materno, a entrar na faculdade
Foto: Arquivo Pessoal
Cláudia Dias da Silva com sua família
Foto: Arquivo Pessoal
Por 15 anos, ela percorreu os corredores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) com baldes, panos e a responsabilidade de zelar pela limpeza. Hoje, atravessa os mesmos caminhos com um caderno nas mãos.
Agora, no lugar onde eu limpava, eu me sento para estudar. Deixo a Cláudia empregada doméstica e me torno a Cláudia acadêmica. É uma virada de vida. Estar aqui como estudante é uma vitória. Olho para trás e vejo que valeu a pena esperar. Nunca é tarde para aprender
disse
Aluna do curso de Ciências Humanas desde o ano passado, Cláudia é a primeira da família, tanto pelo lado materno quanto pelo paterno, a ingressar no ensino superior, uma conquista que por muito tempo pareceu distante.
Ela resume a própria trajetória marcada por desafios sociais e econômicos: negra, pobre e trabalhadora doméstica, por muitos anos viu o sonho da faculdade como algo quase impossível.
Cláudia lembra que, quando foi aprovada na UFJF, já havia deixado a instituição onde trabalhava como faxineira.
O sonho interrompido ainda na infância
A relação de Cláudia com os estudos começou cedo, na infância, quando desenvolveu uma forte paixão pela educação. Aos 11 anos, porém, a morte do pai mudou o rumo de sua história. Ela precisou deixar a escola para ajudar a mãe e cuidar dos irmãos mais novos.
Aos 17 anos, um patrão chegou a matriculá-la novamente, mas ela não conseguiu concluir o ensino fundamental e a rotina de trabalho seguiu como prioridade.
O tempo passou em outro ritmo: casamento, filhos, serviço doméstico. A escola ficou, mais uma vez, para depois — um “depois” que demoraria três décadas para se concretizar.
Reencontro com os estudos aos 47 anos
O retorno de Cláudia aos estudos aconteceu aos 47 anos, quando ela ainda trabalhava como empregada doméstica. A decisão foi motivada pelo exemplo do filho Luiz Maurício, atleta olímpico e finalista em Paris, e pela filha, que também tinha interrompido a escolaridade.
Primeiro, ela concluiu o 9º ano. Em seguida, matriculou-se na Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Colégio de Aplicação João XXIII, onde passou a estudar na mesma turma da filha.
Após mais de 30 anos longe da sala de aula, o medo era grande, mas o material didático unificado ajudou a criar um ambiente de acolhimento. Mãe e filha terminaram juntas o ensino médio.
Na sequência, Cláudia fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e foi aprovada para o curso de Ciências Humanas na UFJF, alcançando um patamar que antes parecia inimaginável.
Rotina cheia e planos para o futuro
Hoje, Cláudia divide o tempo entre o trabalho, as disciplinas da graduação, o cuidado com os filhos, os netos e o marido. Mais do que conquistar um diploma, ela quer abrir caminhos para novas possibilidades.
Na universidade, sente que ganhou autonomia e capacidade de decidir os próprios passos, levando para dentro de casa o que aprende em sala de aula.
O próximo objetivo é seguir na carreira acadêmica. Cláudia sonha em ser professora, mas mantém o foco, por enquanto, em concluir a graduação, com o desejo de, no futuro, fazer mestrado e aproveitar cada oportunidade que surgir.
Para ela, a educação é essencial e não tem prazo de validade: a vida, garante, não se encerra aos 50 anos. Informações relatadas pelo portal G1.
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