Economia

Presidente do INSS pede afastamento de chefe ligada a ex-presidente preso por fraudes

Gilberto Waller solicita ao Ministério da Previdência a retirada de Léa Bressy Amorim de todas as funções de comando em meio ao avanço da Operação Sem Desconto, que apura esquema bilionário de descontos indevidos em benefícios

20/11/2025 às 14:55 por Redação Plox

O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller, pediu ao Ministério da Previdência a saída de Léa Bressy Amorim de todas as funções de chefia que ocupa na autarquia, inclusive a posição de substituta oficial da Presidência em casos de ausência.

Léa Bressy Amorim

Léa Bressy Amorim

Foto: (Reprodução: INSS)


O documento foi encaminhado em meio ao avanço das investigações sobre fraudes em benefícios previdenciários, que já resultaram na prisão do ex-presidente do instituto Alessandro Stefanutto, detido pela Polícia Federal na etapa mais recente da Operação Sem Desconto. A ação apura um esquema de descontos indevidos aplicados a aposentadorias e pensões.

Proximidade com ex-presidente acende alerta interno

No despacho enviado ao ministério, Waller aponta que Léa manteria uma “proximidade pessoal” com Stefanutto, relação que, segundo o presidente do INSS, já havia sido mencionada na CPMI que investiga as irregularidades no órgão. Para ele, a permanência da diretora em postos estratégicos poderia fragilizar a imagem do instituto em um momento em que a autarquia tenta demonstrar colaboração total com as apurações.

Léa é servidora de carreira e comanda a área de Tecnologia da Informação do INSS, responsável pelos sistemas que registram e processam os benefícios da Previdência. Ela também é apontada como principal substituta de Waller na Presidência da autarquia.

Operação Sem Desconto mira esquema bilionário

Stefanutto havia sido afastado da Presidência do INSS em abril, após a divulgação das primeiras informações sobre irregularidades. As investigações da Polícia Federal indicam que, entre 2019 e 2024, aposentados e pensionistas sofreram descontos não autorizados em seus benefícios, como se fossem associados a entidades que prometiam serviços e vantagens, mas que, na prática, apenas desviavam recursos para empresas de fachada.

O prejuízo estimado chega a até R$ 6,3 bilhões. Até o momento, 11 organizações já foram alvo de medidas judiciais, e os contratos com beneficiários foram suspensos. Os investigados respondem por crimes como organização criminosa, estelionato previdenciário, corrupção, inserção de dados falsos em sistemas oficiais e ocultação patrimonial.

INSS e ministério não se manifestam

O portal responsável pela reportagem informou ter procurado a Diretoria de Tecnologia da Informação do INSS e o Ministério da Previdência Social para comentar o pedido de Waller, mas não obteve resposta até a publicação. O espaço segue aberto para manifestações.

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