O deputado estadual Renato Freitas (PT) foi registrado em vídeos que circulam nas redes sociais trocando agressões com um homem em uma rua da região central de Curitiba.

Nas imagens, os dois aparecem discutindo, sem que fique claro o motivo da briga. Em seguida, Freitas pede para que o homem se afaste, o empurra e acaba levando um tapa no rosto. O deputado reage com dois chutes na perna do oponente, que responde com um soco e derruba o parlamentar. Depois disso, ambos permanecem frente a frente, trocando ameaças até serem separados por pessoas que estavam no local.

De acordo com nota da assessoria de Freitas, o deputado precisou de atendimento médico e ainda fará um pronunciamento oficial. Em entrevista após deixar o hospital, ele afirmou ter agido em legítima defesa.

A Polícia Militar informou que foi acionada por um cidadão que presenciou a briga na avenida Vicente Machado, próximo à rua Visconde do Rio Branco. Quando a equipe chegou ao endereço, porém, os envolvidos já haviam deixado o local.

Oposição aciona Assembleia e cobra cassação

O episódio gerou reação imediata de políticos de oposição alinhados à direita radical, que passaram a defender a cassação do mandato de Freitas. O deputado estadual Delegado Tito Barrichello (União Brasil) afirmou que a conduta do petista “afronta o decoro parlamentar” e protocolou uma representação contra ele na Assembleia Legislativa do Paraná. Já o deputado estadual Ricardo Arruda (PL) classificou o caso como “lamentável” e ressaltou o soco desferido contra o parlamentar.

O PT do Paraná divulgou nota em que repudia a agressão sofrida por Freitas e relaciona o episódio a racismo estrutural, violência política e tentativas de silenciar lideranças negras. O partido também manifestou solidariedade ao deputado e desejou sua recuperação.

Parlamentar acumula episódios de embate político

Renato Freitas já foi alvo de outras representações na Assembleia Legislativa do Paraná. Em agosto deste ano, uma decisão da Casa suspendeu seu direito de discursar por 30 dias, em consequência de sua participação em uma manifestação que invadiu o plenário em junho de 2024.

Antes, em 2022, ele teve o mandato de vereador de Curitiba cassado após manifestações no centro histórico da cidade contra os assassinatos de Moïse Mugenyi Kabagambe e Durval Teófilo Filho, dois homens negros. Na ocasião, o Conselho de Ética entendeu que Freitas havia quebrado o decoro parlamentar.