Endividamento das famílias cresce em Belo Horizonte, diz Fecomércio

Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Fecomércio MG, aponta aumento de 2,5 pontos percentuais

Por Plox

20/12/2022 15h13 - Atualizado há mais de 1 ano

Pelo segundo mês consecutivo o nível de endividamento dos belo-horizontinos apresentou tendência de aumento. Em novembro, 89,8% dos consumidores estavam endividados na capital mineira, com 2,5 pontos percentuais (p.p.) superior ao último mês. Os dados são da edição regional da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo e apurada pelo núcleo de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG).

De acordo com o estudo, se comparado com o mesmo período do ano passado, o endividamento apresentou um aumento de 1,1 p.p. “A retomada do fluxo de pessoas no comércio e a proximidade com o Natal, principal data comemorativa do ano para o setor, acarreta um aumento do consumo e, consequentemente, da busca pelo crédito. Esse comportamento, acrescido a outros fatores conjunturais, como a inflação, pressiona o nível de endividamento das famílias para cima.”, explica a economista da Fecomércio MG, Gabriela Martins.

Apesar do aumento do endividamento, as famílias de Belo Horizonte estão conseguindo honrar com seus compromissos. Em novembro, 41,3% da população estava inadimplente, valor 0,9 p.p. inferior ao observado no mês imediatamente anterior. “A diminuição da inadimplência é sempre um bom termômetro, visto que, tal comportamento demonstra que a população está conseguindo manter seus compromissos financeiros em dia, permitindo a manutenção do acesso ao crédito e possibilitando maiores níveis de consumo”, destaca Martins. 

Entre os tipos de dívidas, o cartão de crédito segue sendo o principal compromisso financeiro assumido. O cartão de crédito é conhecido pela sua facilidade no uso, permitindo com que as pessoas acabem fazendo suas compras do dia a dia com essa modalidade de crédito. Esse comportamento resulta em 86,8% dos endividados comprometidos com esta modalidade. O cheque especial (16,6%) e o carnê (15,5%) também estão entre as formas mais utilizadas.

O levantamento apontou ainda que as dívidas comprometem, em média, 31,9% da renda familiar, e o número de consumidores que não terão condições de quitar suas dívidas somou 13,2%, apresentando uma retração de 0,5 p.p. em comparação com o mês imediatamente anterior. Grande parte dos endividamentos possuem um tempo médio de comprometimento da renda de aproximadamente sete meses.

Cenário nacional: Maior taxa de juros desde 2018 freia endividamento

A desaceleração da proporção de endividados é explicada pela evolução positiva do mercado de trabalho, pelas políticas de transferência de renda mais robustas e pela queda da inflação nos últimos meses. Conforme o presidente da CNC, José Roberto Tadros, esse conjunto de fatores resultou no aumento da renda disponível. “Mesmo com o cenário de melhoria do mercado de trabalho, os consumidores seguem cautelosos quanto à contratação de novas dívidas neste fim de ano, tanto pelo alto índice de endividamento e comprometimento da renda quanto pelos juros, que seguem altos”, aponta o presidente.

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