Argentina enfrenta protestos e medidas rígidas do governo Milei

Cresce a tensão em Buenos Aires com novas políticas e manifestações contra cortes de gastos

Por Plox

20/12/2023 16h46 - Atualizado há 7 meses

Em meio a um cenário político e econômico desafiador, a Argentina vive momentos de tensão nesta quarta-feira, 20 de dezembro. Movimentos sociais e sindicatos organizam um grande protesto em Buenos Aires e outras cidades, marcando a primeira grande manifestação desde a posse do presidente Javier Milei. Este ato acontece em resposta ao anúncio do governo Milei, que estabeleceu um novo protocolo de segurança, proibindo bloqueios de ruas, os chamados "piquetes".

 

Foto: Reprodução

Advogados e grupos de direitos humanos estão presentes nos locais de concentração, enquanto jornalistas preparam-se para cobrir a marcha, equipados contra possíveis reações, como o uso de gás de pimenta. Além disso, motoristas de aplicativos estão sendo alertados para evitar a região. Nos transportes públicos, mensagens do governo reforçam a proibição de bloqueios, ameaçando cortar programas de assistência social para quem desobedecer.

O plano dos manifestantes é se reunir às 16h em frente ao Congresso Nacional e seguir em uma marcha de 2 km até a Casa Rosada. Este trajeto, simbolicamente, é o mesmo feito por Milei durante sua posse. O percurso planejado passará por importantes vias do centro, potencialmente causando impasses entre manifestantes e forças de segurança.

Este protesto ocorre no mesmo dia em que, há 22 anos, a Argentina viveu um caos social, resultando em 39 mortes e na renúncia do então presidente Fernando de la Rúa. Este aniversário histórico adiciona um elemento simbólico à atual situação.

A motivação por trás dos protestos são as recentes medidas econômicas adotadas pelo governo Milei. Logo após assumir o cargo, o presidente implementou cortes severos nos gastos públicos para combater o déficit fiscal e a inflação, que atingiu 160% anualmente em novembro. Medidas incluem o fim do controle de preços, desvalorização do peso argentino, suspensão de obras públicas, redução de subsídios e aumento temporário de impostos sobre importações e exportações. Simultaneamente, Milei prometeu aumentar benefícios sociais para os mais pobres, mas com a ressalva de cortar esses benefícios para quem participar de bloqueios de rua
 

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