Crescimento alarmante do trabalho infantil no Brasil: IBGE revela dados preocupantes

Em quatro anos, o número de crianças e adolescentes em trabalho infantil aumentou 7%, com muitos em jornadas extensas e atividades de risco.

Por Plox

20/12/2023 16h07 - Atualizado há 7 meses

De acordo com um estudo recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou-se um aumento preocupante no número de crianças e adolescentes envolvidos em trabalho infantil no Brasil. Entre 2019 e 2022, houve um crescimento de 7% nessa estatística, elevando o total para aproximadamente 1,9 milhão de menores de idade em situação de trabalho infantil.

(crédito: Valter Campanato/Agência Brasil)

Jornadas Exaustivas e Perigosas O relatório do IBGE, divulgado nesta quarta-feira (20/12), aponta que uma em cada cinco crianças trabalha mais de 40 horas semanais. Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, enfatizou a correlação entre o aumento da jornada de trabalho e a faixa etária, com uma proporção significativa de adolescentes de 16 e 17 anos trabalhando longas horas, muitas vezes em detrimento da educação formal.

Definições e Critérios de Trabalho Infantil A pesquisa adotou critérios rigorosos para classificar o trabalho infantil, considerando fatores como a idade, o tipo de atividade, as horas trabalhadas, a frequência escolar, e a presença em trabalhos perigosos ou informais. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) define trabalho infantil como aquele que prejudica a saúde e o desenvolvimento mental, físico, social ou moral das crianças e interfere na escolaridade.

Desafios Sociais e Legislativos O estudo também destacou as disparidades sociais nessa questão. Maioria dos envolvidos em trabalho infantil são meninos (51,1%), e a proporção de crianças pretas ou pardas é de 66,3%. Além disso, a presença de crianças e adolescentes em situações de trabalho reduz significativamente a taxa de escolarização.

Riscos e Prejuízos O levantamento identificou que, em 2022, havia 756 mil crianças e adolescentes entre 5 a 17 anos trabalhando em condições arriscadas para a saúde ou que envolvem risco de acidentes. Tais atividades, proibidas pelo decreto 6.481 de 2008, incluem trabalhos na agricultura, indústria, comércio, e serviços, como vendedor ambulante e operador de máquina.

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