Dólar dispara no governo Lula e críticas feitas ao governo Bolsonaro voltam à tona
Moeda norte-americana atinge R$ 6,30 e provoca comparações com o passado; relembre as falas de políticos e partidos aliados do PT contra o dólar alto no governo Bolsonaro
Por Plox
20/12/2024 07h23 - Atualizado há 4 meses
O segundo ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está sendo marcado por uma escalada no valor do dólar. Nesta quarta-feira (18), a moeda norte-americana atingiu o recorde de R$ 6,26. Na manhã desta quinta-feira (19), o dólar abriu em alta e chegou a R$ 6,30 às 10h20. Após leilões de contenção realizados pelo Banco Central, a moeda passou a operar em queda de mais de 1,5%, sendo negociada a R$ 6,15.
O aumento do dólar tem provocado críticas ao atual governo, mas também trouxe de volta ao debate público as declarações feitas por políticos de esquerda e aliados do PT contra o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em situações semelhantes. Durante a gestão de Bolsonaro, o dólar chegou a ultrapassar os R$ 5, o que levou deputados, senadores e líderes de partidos de oposição, especialmente do PT, PSOL, PCdoB e outros aliados, a criticar abertamente o então presidente e seu ministro da Economia, Paulo Guedes.

A seguir, relembre algumas das principais falas e posicionamentos de políticos e líderes de partidos de esquerda sobre o valor do dólar no governo Bolsonaro.
Críticas de parlamentares e lideranças de esquerda
Erika Hilton (PSOL-SP)
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) foi uma das vozes mais ativas nas críticas ao governo Bolsonaro, associando a alta do dólar à condução da economia pelo ministro Paulo Guedes.
Erika Kokay (PT-DF)
Erika Kokay, deputada federal pelo PT do Distrito Federal, também apontou responsabilidade de Bolsonaro e Guedes pela instabilidade cambial no período.
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, frequentemente usou as redes sociais para criticar o impacto da alta do dólar na inflação, nos preços de produtos importados e no custo de vida da população brasileira.
Guilherme Boulos (PSOL-SP)
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) reforçou as críticas ao governo Bolsonaro, destacando a incapacidade do então presidente de controlar a inflação e a desvalorização do real frente ao dólar.
Ivan Valente (PSOL-SP)
Ivan Valente, deputado federal pelo PSOL, também foi uma das vozes críticas, relacionando o dólar alto ao aumento no preço de alimentos e combustíveis.
Jandira Feghali (PCdoB-RJ)
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) apontou o impacto do dólar forte no custo de vida dos brasileiros, responsabilizando o governo Bolsonaro pela situação econômica.
Marcelo Freixo (PT)
O atual presidente da Embratur, Marcelo Freixo (PT), que na época era deputado federal pelo PSOL, também fez críticas contundentes à condução econômica de Bolsonaro e Guedes, destacando o efeito do dólar nos preços de passagens aéreas e viagens internacionais.
Maria do Rosário (PT-RS)
A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) associou a alta do dólar ao que chamou de "descontrole econômico" do governo Bolsonaro, afirmando que a valorização da moeda americana penalizava os mais pobres.
Orlando Silva (PCdoB-SP)
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) fez críticas diretas à política econômica do governo Bolsonaro, especialmente no que diz respeito à flutuação do dólar e ao aumento de preços de bens de consumo no Brasil.
Randolfe Rodrigues (PT-AP)
Atualmente líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, que à época era um dos principais opositores de Bolsonaro, também fez cobranças incisivas sobre a política econômica do então presidente.
Zeca Dirceu (PT-PR)
Zeca Dirceu, deputado federal pelo PT do Paraná, esteve entre os parlamentares que mais associaram a alta do dólar ao "fracasso" da política econômica de Paulo Guedes e Jair Bolsonaro.
Críticas de partidos políticos
Partido dos Trabalhadores (PT)
O PT, como partido, manteve uma linha crítica constante em relação à condução econômica do governo Bolsonaro, especialmente diante das oscilações do dólar. Nas redes sociais e em notas públicas, a legenda associava o dólar alto à "falta de competência" do governo anterior.
Partido Comunista do Brasil (PCdoB)
O PCdoB também aproveitou os momentos de alta do dólar no governo Bolsonaro para reforçar críticas à política econômica liderada por Paulo Guedes, destacando o impacto do câmbio na inflação e nos preços dos alimentos.
Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)
O PSOL, por meio de seus parlamentares e lideranças, foi uma das vozes mais enfáticas na crítica ao governo Bolsonaro, utilizando a variação do dólar como argumento para atacar a política econômica liberal promovida por Paulo Guedes.
Atuais ministros também criticaram o dólar alto no passado
Paulo Pimenta (PT)
O atual ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Paulo Pimenta, criticou Bolsonaro publicamente em diversas ocasiões, destacando o impacto do dólar alto sobre a inflação e o custo de vida no Brasil.
Paulo Teixeira (PT)
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, também fez críticas à condução econômica de Paulo Guedes e associou a alta do dólar a uma suposta ineficácia do governo Bolsonaro no controle dos preços.
Simone Tebet (MDB)
Embora seja atualmente ministra do Planejamento e Orçamento no governo Lula, Simone Tebet, enquanto senadora, também criticou os efeitos do dólar no governo Bolsonaro, mencionando o impacto nos preços de produtos e a perda de poder de compra das famílias brasileiras.
Contradições e o cenário atual
No passado, os partidos e lideranças de esquerda foram uníssonos ao responsabilizar o governo Bolsonaro e Paulo Guedes pela valorização do dólar e seus efeitos sobre a economia doméstica. Agora, com o dólar ultrapassando os R$ 6,30 no governo Lula, parte das críticas feitas no passado tem voltado à tona.
A principal diferença, no entanto, está na forma como as lideranças tratam o tema. Os parlamentares de oposição ao governo Lula têm usado o mesmo discurso de outrora para criticar a atual gestão. Já os líderes e aliados do governo têm apontado fatores externos, como o aumento das taxas de juros internacionais e as tensões geopolíticas globais, como justificativas para a valorização do dólar.





