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Polícia
Quatro homens são condenados em SP pela morte de psiquiatra mineiro em 'golpe do Tinder'
Grupo integrante de organização criminosa armada usava perfis falsos em apps de relacionamento para atrair vítimas a locais sem câmeras, onde praticava roubos com violência, PIX forçado e exigência de senhas de celulares
20/12/2025 às 10:58por Redação Plox
20/12/2025 às 10:58
— por Redação Plox
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Quatro homens foram condenados pela morte do médico psiquiatra mineiro Heleno Veggi Dumbá, de 35 anos, assassinado em São Paulo em 29 de março de 2024. Segundo a investigação, o grupo integrava um esquema conhecido como 'Golpe do Tinder', em que perfis falsos em aplicativos de relacionamento eram usados para atrair vítimas para assaltos violentos.
A média era natural de Muriaé, em Minas Gerais
Foto: Redes Sociais
A decisão judicial, publicada na última segunda-feira (15), condenou Gabriel Evangelista Acácio, Victor Henrique Santos de Oliveira, Miguel Mendes das Neves e Bruno Francisco Xavier pelos crimes de organização criminosa armada e latrocínio (roubo seguido de morte).
Os quatro permanecem presos desde o crime e não podem recorrer em liberdade. O g1 tenta contato com a defesa dos réus.
Família pede que Heleno seja lembrado pela trajetória
Em nota, o advogado da família e amigo pessoal do médico, Wanderley Montanholi, afirmou que a atuação da Justiça deve ir além da punição e enfatizou o legado do psiquiatra.
A Justiça é um marco que estabelece limites, não apenas punição. Buscamos responsabilização com ressocialização, proteção e transformação, enfrentando a violência com consciência e educação. Queremos que Heleno seja lembrado por sua vida e humanidade, não pelo desfecho trágico.Wanderley Montanholi
Natural de Muriaé, na Zona da Mata mineira, Heleno Veggi Dumbá foi morto com um tiro na cabeça no Bairro Jardim Elisa Maria, na Zona Norte de São Paulo. De acordo com as investigações, ele foi atraído para o local após um encontro marcado por aplicativo de relacionamento.
O que diz a sentença de 1ª instância
Médico é assassinado durante assalto em São Paulo
Foto: Reprodução
A sentença em primeira instância foi proferida pelo juiz Paulo Fernando Deroma de Mello, no Fórum Central Criminal da Barra Funda, em São Paulo. A decisão aponta a participação de cada condenado no crime:
Gabriel Evangelista Acácio – Participou diretamente da abordagem ao médico, estava armado e efetuou o disparo que atingiu a vítima.
Victor Henrique Santos de Oliveira – Responsável pelo contato com as vítimas em aplicativos de relacionamento. Criava perfis falsos, ganhava confiança e marcava encontros que serviam de emboscada.
Miguel Mendes das Neves – Atuava na criação de perfis falsos em redes sociais e aplicativos de relacionamento para viabilizar o contato com as vítimas.
Bruno Francisco Xavier – Dava apoio logístico ao grupo, fazendo o transporte dos integrantes até o local do crime e auxiliando na fuga.
A decisão é de primeira instância e ainda cabe recurso.
Outros investigados terão julgamento separado
Outros dois homens, Matheus Cesar Alves Silva e Johnatan Henrique dos Santos Martins, também foram apontados nas investigações como participantes da abordagem e do uso de armas. O processo em relação a eles foi desmembrado, e as condutas serão analisadas em ações separadas. As condenações agora divulgadas não incluem esses réus.
Como atuava o grupo do ‘Golpe do Tinder’
Segundo a investigação, o grupo escolhia locais estratégicos para agir e evitava áreas com câmeras de monitoramento. O objetivo era obter vantagem econômica, submetendo as vítimas a violência e ameaça.
As vítimas eram obrigadas a fornecer senhas de celulares e a realizar transferências via PIX, em muitos casos sob ameaça direta e em situação de cárcere temporário.
O processo aponta ainda que o grupo explorava a vulnerabilidade das vítimas. Muitas delas deixavam de denunciar os crimes por serem casadas ou por temerem expor a orientação sexual, o que facilitava a continuidade da ação criminosa.
Crime ocorreu na Zona Norte de São Paulo
O psiquiatra foi morto na noite de 29 de março de 2024, após ser baleado na cabeça no Bairro Jardim Elisa Maria, na Zona Norte da capital paulista.
Na época, moradores da região relataram à polícia que viram três homens assaltarem o médico, que estava dentro de um carro, por volta das 21h40. Em seguida, testemunhas disseram ter ouvido disparos. Depois do crime, os suspeitos fugiram a pé em direção a uma praça onde acontecia uma festa.
Na ocasião, o delegado responsável pelo caso, César Bastos Queiroz, afirmou que a área era usada para atrair vítimas desse tipo de golpe.