EUA proíbem eritrosina; Anvisa avalia impacto do corante vermelho usado no Brasil

O uso da eritrosina, conhecida como corante vermelho nº 3, foi proibido nos Estados Unidos pela FDA (Agência de Alimentos e Medicamentos). A decisão, anunciada na última semana, resulta de uma petição de organizações de saúde que apontam pesquisas científicas associando o corante a casos de câncer em ratos. O prazo estabelecido para empresas americanas adaptarem seus produtos é até o início de 2027.

Esse movimento segue a postura de países como Austrália, Japão e membros da União Europeia, que já restringiram a substância em diversos produtos. Nos Estados Unidos, o corante já havia sido banido anteriormente na indústria de cosméticos.

A eritrosina no Brasil
No Brasil, a eritrosina continua sendo amplamente utilizada em alimentos, como bolos e doces, além de medicamentos. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) permite seu uso com base em estudos internacionais realizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Segundo a Anvisa, o comitê internacional que avaliou a substância em 2018 concluiu que a exposição dietética ao corante não representa um risco significativo à saúde. Em medicamentos, a eritrosina é autorizada apenas para uso oral, com base em diretrizes que envolvem especialistas internos e externos ao órgão regulador.

Possibilidade de revisão no Brasil
Embora não existam novas evidências científicas que justifiquem alterações imediatas, a Anvisa afirmou que as autorizações para aditivos alimentares e excipientes em medicamentos podem ser revisadas a qualquer momento. “As evidências conhecidas não levantam preocupação de segurança para consumo humano. Entretanto, a agência analisará as referências científicas apresentadas na petição à FDA para verificar se há justificativa para uma reavaliação”, explicou o órgão em nota.

O que é a eritrosina?
Derivada do petróleo, a eritrosina é um corante sintético utilizado na indústria desde 1907. Seu tom vermelho brilhante a tornou popular em alimentos, especialmente doces e produtos congelados, além de medicamentos e outros produtos. Estudos anteriores associaram o corante a efeitos adversos em camundongos, mas os resultados não foram considerados conclusivos para restringir seu uso no Brasil.