Motorista da carreta envolvida em acidente que matou 39 pessoas na BR-116 é preso no ES
Homem dirigia sob efeito de drogas e cometeu diversas infrações que levaram ao desastre, aponta Justiça
Por Plox
21/01/2025 14h48 - Atualizado há 25 dias
O motorista da carreta envolvida no trágico acidente que matou 39 pessoas na BR-116, em Teófilo Otoni, em dezembro de 2022, foi preso nesta terça-feira (21) no Espírito Santo. A Polícia Civil de Minas Gerais realizou a prisão após a Justiça decretar sua detenção na última segunda-feira (20). O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), confirmou a prisão e declarou em suas redes sociais que "a investigação apontou que o condutor estava sob efeito de substâncias ilícitas" no momento do acidente. Romeu Zema e a Chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Delegada-Geral Letícia Gamboge, detalham a ação que culminou com a prisão do motorista Veja na Live.
Circunstâncias que levaram à prisão
O acidente ocorreu na madrugada de 21 de dezembro e envolveu três veículos: um ônibus de viagem, uma carreta carregada com blocos de granito e um carro. O motorista da carreta, identificado como Arilton Bastos Alves, fugiu do local e só se apresentou dois dias depois. Na época, o pedido de prisão preventiva foi negado pela Justiça.

No entanto, novos elementos obtidos durante a investigação motivaram a reavaliação do caso. O juiz Danilo de Mello Ferraz, da 1ª Vara Criminal de Teófilo Otoni, destacou fatores determinantes, como:
O sobrepeso da carga transportada pela carreta.
O excesso de velocidade do veículo, que trafegava a 90 km/h em uma via com limite de 80 km/h.
O uso de cocaína, ecstasy, álcool, alprazolam e outras substâncias ilícitas pelo motorista.
Em sua decisão, o magistrado apontou que Arilton assumiu "diversos riscos", caracterizando dolo eventual. Além disso, o motorista admitiu não ter o hábito de verificar o peso da carga transportada, o que agravou as circunstâncias do acidente.

Dinâmica do acidente
A tragédia aconteceu às 3h30, no km 285 da BR-116, em Lajinha, distrito de Teófilo Otoni. O ônibus da empresa Emtram, que saiu de São Paulo rumo à Bahia, colidiu com a carreta e um carro.
A Polícia Rodoviária Federal levantou a hipótese de que um bloco de granito, transportado na carreta, se soltou e atingiu o ônibus, provocando o desastre. Essa teoria foi reforçada por análises preliminares dos peritos criminais, que descartaram a possibilidade de explosão de um pneu do ônibus, conforme relatos iniciais.
"Peritos criminais disseram que, em análise preliminar, constatou-se que uma das pedras se desprendeu do reboque, vindo a colidir com o ônibus da empresa Emtram, onde estavam as vítimas. Tudo indica que, em tese, o excesso de peso contribuiu para esse evento, assim como o excesso de velocidade praticado pelo condutor da carreta, sem que se possa desconsiderar, naturalmente, a condução de uma carreta sob o efeito de drogas diversas", afirmou a Justiça em sua decisão.

Defesa alega surpresa
A defesa de Arilton Bastos Alves afirmou, em nota, estar surpresa com a decisão judicial. "Ressaltamos que o caso ainda está em fase de investigação, não fomos cientificados dos fundamentos da prisão e que todas as providências jurídicas cabíveis serão tomadas para assegurar o devido processo legal, direito de defesa e a restauração da liberdade", declarou.

Impacto e buscas por justiça
O acidente deixou 39 mortos e foi um dos mais graves registrados na região. A apuração apontou uma série de negligências que, somadas, culminaram na tragédia. A prisão do motorista reflete o avanço das investigações e a tentativa de responsabilização dos envolvidos.