PF desmantela esquema de troca de vagas no SUS por apoio político
Operação mira esquema de manipulação de vagas no Sisreg; mandados cumpridos em Brasília e Queimados (RJ).
Por Plox
21/01/2025 08h12 - Atualizado há 22 dias
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira (21) uma operação para desarticular um esquema criminoso que usava vagas no Sistema Único de Saúde (SUS) em troca de votos. Segundo as investigações, o grupo favorecia políticos locais durante a campanha eleitoral de 2024 e seguia ativo, mirando futuras eleições.

Mandados e bloqueios
Policiais federais cumpriram nove mandados de busca e apreensão em endereços de Brasília e Queimados, na Baixada Fluminense. Além disso, a Justiça determinou o bloqueio e sequestro de bens e ativos incompatíveis com a renda dos suspeitos. Alguns envolvidos foram afastados de suas funções públicas.
Manipulação do Sisreg
A investigação revelou que funcionários da Secretaria Municipal de Saúde de Queimados manipulavam o Sistema Nacional de Regulação (Sisreg), utilizado para organizar filas de atendimento médico no SUS. Eles incluíam seus próprios nomes e os de parentes para garantir vagas, que posteriormente eram usadas como moeda de troca política.
De acordo com a PF, centenas de agendamentos para consultas em diversas especialidades médicas foram realizados irregularmente pelo sistema. O esquema concentrava as vagas nas mãos de um grupo político, que as oferecia em troca de apoio eleitoral.
Denúncia e objetivos do Sisreg
O caso começou a ser investigado após uma denúncia formal encaminhada pela Câmara Municipal de Queimados. O Sisreg é uma ferramenta essencial para o SUS, que visa organizar o acesso a serviços de saúde com base na posição dos pacientes na fila e na disponibilidade de vagas. Seu objetivo é garantir os princípios de universalidade, igualdade e integralidade no atendimento, evitando privilégios indevidos.
Crimes e penas previstas
Os investigados poderão responder por organização criminosa, inserção de dados falsos em sistema de informação e corrupção eleitoral. As penas combinadas para esses crimes podem chegar a 24 anos de prisão.