Vinho tinto deixa de ser considerado bom pra saúde; entenda

Durante anos, acreditava-se amplamente que o vinho tinto era benéfico para o coração, mas isto mudou

Por Plox

21/02/2024 10h03 - Atualizado há mais de 1 ano

Durante anos, acreditava-se amplamente que o vinho tinto era benéfico para o coração, uma noção popularizada em grande parte graças a um episódio de 1991 do programa "60 Minutes". Neste episódio, foi sugerido que o vinho tinto poderia ter propriedades que preveniam doenças cardíacas, em parte devido à sua inclusão na dieta mediterrânea. Este conceito ganhou força, levando a um aumento significativo nas vendas de vinho tinto nos EUA. No entanto, pesquisas subsequentes começaram a questionar essa crença. Estudos realizados desde a década de 1980 até recentes descobertas têm mostrado que os supostos benefícios do álcool, incluindo o vinho tinto, podem não ser tão claros quanto se pensava inicialmente.

Foto: Reprodução/ Pixabay

Pesquisadores como Tim Stockwell e Kaye Middleton Fillmore lideraram o caminho na reavaliação das evidências, descobrindo que, quando os vieses são controlados, os benefícios do consumo moderado de álcool desaparecem. A pesquisa também indicou que até mesmo pequenas quantidades de álcool podem aumentar o risco de problemas cardíacos e pressão alta. Além disso, a ligação entre álcool e câncer é agora claramente reconhecida pela Organização Mundial da Saúde desde 1988, contradizendo a percepção anterior de que uma ou duas taças de vinho por dia poderiam ser benéficas.

Foto: Reprodução/ Pixabay

A realidade é que, apesar dos compostos polifenóis do vinho tinto que possuem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, não há evidências conclusivas de que o vinho tinto promova a saúde de maneiras que superem os riscos associados ao consumo de álcool. Esta nova compreensão desafia as crenças de longa data de muitos, inclusive de pacientes com câncer que ficam surpresos ao aprender sobre os riscos carcinogênicos do vinho.

Especialistas como a cardiologista Leslie Cho e a cientista comportamental Jennifer L. Hay enfatizam a importância de uma comunicação clara sobre os riscos do álcool. Eles não defendem a proibição do álcool, mas sim uma consciência e compreensão dos riscos envolvidos. Para muitas pessoas, desfrutar ocasionalmente de um copo de vinho está bem, mas a crença de que isso é benéfico para o coração não deve mais ser sustentada.


 

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