Ministério Público de SP denuncia Marcius Melhem por perseguição e violência psicológica
Segundo o MPSP, Melhem divulgou vídeos nas redes sociais, como Youtube e Tiktok, abordando as acusações de assédio sexual contra ele, enquanto Feltrin disseminou esse conteúdo em seu canal do Youtube
Por Plox
21/03/2024 19h09 - Atualizado há mais de 1 ano
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) acusou o comediante Marcius Melhem e o jornalista Ricardo Feltrin de praticarem perseguição e violência psicológica contra as atrizes supostamente assediadas por Melhem, que foi ex-diretor de humor da TV Globo. A denúncia, formalizada em 26 de fevereiro, será examinada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), conforme decisão da juíza Luciane Jabur Mouchaloite Figueiredo, da 21ª Vara Criminal do TJSP. A mudança de jurisdição se deve à conexão do caso com outra ação de assédio sexual contra Melhem no Rio de Janeiro.

Segundo o MPSP, Melhem divulgou vídeos nas redes sociais, como Youtube e Tiktok, abordando as acusações de assédio sexual contra ele, enquanto Feltrin disseminou esse conteúdo em seu canal do Youtube. Ambas as ações são vistas pela promotoria como tentativas de intimidar ou instigar perseguição às vítimas por parte de internautas, ameaçando a integridade física e psicológica das mesmas, além de violar sua liberdade e privacidade. A divulgação desses materiais também teria incentivado ataques e interações prejudiciais das redes sociais contra as vítimas, resultando em danos emocionais.
Na documentação acessada pelo colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, o MP critica a defesa pública de Melhem nas redes sociais, classificando-a como uma forma abusiva e desproporcional de reação às acusações, que ultrapassou os limites da razoabilidade e expôs informações íntimas das vítimas, atacando diretamente sua integridade psíquica.
Em um contexto relacionado, Marcius Melhem já enfrenta acusações judiciais por assédio sexual no Rio de Janeiro, tornando-se réu em agosto de 2023 por ações contra três vítimas. A denúncia foi apresentada pela promotora Isabela Jourdan, do MP do Rio de Janeiro, com base nos relatos de assédio, incluindo o da atriz Carol Portes, que alega ter sido assediada por Melhem durante o período em que ele trabalhava como redator final do programa “Tá no Ar” da TV Globo. Outras vítimas, incluindo a atriz Georgiana Góes e uma funcionária que optou pelo anonimato, também estão envolvidas. Melhem nega as acusações, e um processo anterior envolvendo Dani Calabresa e outras cinco mulheres foi arquivado devido à prescrição dos fatos, segundo o MP-RJ. O caso atual segue em segredo de Justiça a pedido do Ministério Público.