Secretário de Turismo do Acre é acusado de oferecer estágio em troca de sexo
Dudé afirmou que foi vítima de um golpe aplicado por alguma pessoa em Belo Horizonte
Por Plox
21/04/2023 08h49 - Atualizado há mais de 1 ano
O chefe da Secretaria Estadual de Turismo do Acre, José Fernandes Ferreira, conhecido como Dudé, teve conversas íntimas vazadas nas redes sociais nessa quinta-feira (20). Nos prints, ele é acusado de oferecer uma vaga de estágio em troca de sexo. Segundo as mensagens, a suposta estudante pede ajuda para ser estagiária na área de turismo, e Dudé responde que consegue, mas para isso, ela precisaria dormir com ele. O servidor nega a acusação e afirma que foi vítima de extorsão.
Nomeado para o cargo em fevereiro deste ano, Dudé é um dos chefes da Secretaria de Estado de Indústria, da Ciência, do Comércio, do Empreendedorismo e do Turismo (Seicetur), e costuma estar envolvido na organização de grandes eventos do governo do Acre, como a Expoacre. Com um salário de cerca de R$ 11 mil, ele é acusado de utilizar o cargo para exigir proveito pessoal.
![](https://static.plox.com.br/uploads/body/2023-04/375f6d9f5f9629f1392e-print-dude.jpg)
Deputado pede exoneração do servidor
Após o vazamento das conversas, o deputado estadual Emerson Jarude (MDB) pediu a exoneração de Dudé na sessão desta quinta-feira (20). Ele apresentou uma indicação para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) encaminhando uma indicação ao Executivo para que Dudé perca o cargo.
“O governador tem a responsabilidade de tomar as medidas cabíveis para punir esse tipo de atitude e dar o exemplo para que isso não volte a acontecer, mas como até agora não vimos nenhuma declaração ou medida nesse sentido, vim pedir que seja encaminhada a indicação para a exoneração do servidor José Fernandes Ferreira Lima do cargo em comissão CAS-8 por conduta incompatível com a moralidade e probidade administrativa, ao valer-se do cargo para exigir proveito pessoal”, disse Jarude.
Dudé nega acusação e afirma ser vítima de extorsão
Dudé afirmou ao g1 que foi vítima de um golpe aplicado por alguma pessoa em Belo Horizonte. Ele confirma que houve uma troca de mensagens, mas não confirma o teor do que foi dito. Segundo o servidor, essa já é a segunda vez que foi vítima de extorsão e que teve conversas vazadas. A primeira ocorreu em agosto do ano passado, quando registrou um Boletim de Ocorrência contra um perfil que pediu a quantia de R$ 500.
"Tem um print vazado aí nas redes e nenhum momento esses prints falam ou comprovam que eu estou oferecendo emprego para alguém. Pelo contrário, quem lê os prints vê que eu estou dizendo que não posso dar porque não sou secretário, que não é assim que se faz. Quem continuar insistindo, quem afirmou isso vai responder na Justiça porque não tem em nenhum momento dizendo que eu fiz isso. Fui vítima de extorsão, de um golpe. Como é que uma pessoa de 47 anos, mora em Belo Horizonte pode estar querendo estágio? Ela me pediu mil reais, eu disse que não poderia dar porque eu não tinha. Eu não nego as conversas, conversei um dia com essa pessoa. É fato. Eu fui vítima de extorsão", disse.
![](https://static.plox.com.br/uploads/body/2023-04/0bf40978cc2fd21e0298-pedidoestágio-dude-1.jpg)
Dudé nega ter oferecido emprego em troca de sexo, afirmando que nos prints não há nenhum momento em que ele fala sobre isso. Ele disse que recebeu uma ligação ameaçando o vazamento das conversas caso não pagasse R$ 1 mil, mas que se recusou e fez uma transferência de R$70. Segundo ele, quem afirmar que ele ofereceu emprego em troca de favores terá que responder na Justiça.
![](https://static.plox.com.br/uploads/body/2023-04/c05296acb3d7c66b05fa-pedidoestágio-dude-2.jpg)
"Ele não pode afirmar. Ele está reproduzindo o que falaram. Ele poderia ter me ligado, perguntado. Não existe, pode pegar os prints, e veja se em algum lugar 'tá' oferecendo emprego. Quem afirmar isso vai ter que responder. Ele tá fazendo o papel de oposição, mas ele não pode, irresponsavelmente, afirmar o que eu fiz o que ele disse que fiz, 'oferecer estágio em troca de favores'. Não fiz, não faço e lá nos prints não diz isso. Seu Jarude vai ter que responder né, óbvio", concluiu.
Nota oficial de Dudé
Nota de Esclarecimento
Acreanos,
Recorro a essa Nota de Esclarecimento para tecer considerações acerca de notícia veiculada no site Ac24horas (https://ac24horas.com/) com o título “Ele quer sexo fácil – prints vazados mostram que Dudé Lima oferece estágio em troca de sexo”, dando conta de minha suposta prática no uso da estrutura do governo do Estado do Acre para auferir vantagens ou mesmo troca de favores em relacionamentos interpessoal.
Primeiramente, vale salientar que, dias atrás, já adentrando a madrugada, recebi uma ligação via celular, período que já estava em minha residência, onde na interlocução estava uma senhora que não faz parte do meu círculo de conhecidos e, presumidamente, venha a trata-se de Cinthia Ribeiro Mota Vilela, vez que no transcorrer de uma longa conversa ela ditou o número de um PIX, cuja chave remete a um CPF e este número conduz a citada personagem. Após a divulgação da aludida matéria acima citada, em breve pesquisa junto ao site da Receita Federal, identifiquei que o CPF conduz a citada senhora. No transcorrer da ligação, a conversa enveredou para a narrativa veiculada por parte da imprensa local, sem que eu soubesse que estava a protagonizar um esquema de extorsão. Por quê afirmo peremptoriamente que fui vítima de meliantes, é que no preambulo do diálogo a citada interlocutora pediu-me ajuda de R$ 1 mil, demanda prontamente negada, vez que, na condição de funcionário público, indisponho de tal quantia para a dita prática, tampouco iria dispender essa vultosa soma com personagem desconhecida. Diante da negativa é que os tais prints passaram a circular em grupos de Whatssap com narrativa distorcida.
É fato é que durante a conversa, após a mesma me pedir ajuda para arranjar um estágio em alguma unidade da estrutura de governo, falei que não detinha autoridade para proceder a indicação e terminei por aceitar e proceder uma transferência de R$ 70,00 a título de auxílio para procedimentos estéticos.
Para demonstrar a armação de forma cabal, basta dizer que a personagem que remete a interlocução e que me passou o número da chave do PIX tendo como lastro seu CPF, é uma cidadã que mora em Belo Horizonte e tem sob sua responsabilidade uma empresa individual (MEI), com sede na mesma cidade, e que tem como principal atividade serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas. Além disso, atua também com atividades de pós-produção cinematográfica, de vídeos e de programas de televisão não especificadas anteriormente; Atividades de produção de fotografias aéreas e submarinas; Ensino de arte e cultura, dentre outras áreas. Resta comprovado que o pedido de estágio era pura balela, vez que quem mora em Minas Gerais não pode pretender estagiar no Acre. Ademais, quem conta com 47 janeiros não está em fase de estágio. A montagem e divulgação de tais prints por meio das redes de internet, na verdade, deveu-se a minha negativa de transferir a quantia inicialmente solicitada (R$ 1 mil), numa prática própria do gangsterismo.
Diante dos esclarecimentos que tenho como necessários, vale alertar que crimes virtuais baseados em estelionato, fraudes e apropriações indébitas ocorrem principalmente com pessoas que não estão bem familiarizadas a interagir de forma online, caso aonde estou enquadrado.
José Fernandes Ferreira Lima