Timóteo: familiares planejam manifestação em busca por justiça pelo assassinato de ciclista
Os familiares estão revoltados após o juiz da Comarca de Timóteo, Minas Gerais, Luiz Eduardo Oliveira de Faria, determinar a soltura de Luith Silva Pires Martins e João Victor Bruno Coura de Oliveira, suspeitos de envolvimento no assassinato do ciclista
Por Plox
21/04/2023 11h00 - Atualizado há mais de 1 ano
Familiares e amigos do ciclista Caio Campos Domingues planejam uma manifestação pacífica na manhã deste sábado (22). O protesto ocorrerá em frente à igreja católica localizada no Centro de Timóteo, a partir das 10h. A manifestação será realizada como um pedido de justiça pelo assassinato de Caio, que ocorreu no dia 4 de abril de 2023, em Lavrinha, distrito de Jaguaraçu, no Vale do Aço.
Os familiares estão revoltados após o juiz da Comarca de Timóteo, Minas Gerais, Luiz Eduardo Oliveira de Faria, determinar a soltura de Luith Silva Pires Martins e João Victor Bruno Coura de Oliveira, suspeitos de envolvimento no assassinato do ciclista. Inicialmente, o caso foi registrado como latrocínio, mas após investigações, a polícia concluiu que se tratava de um homicídio planejado pela esposa da vítima, com a colaboração de João Victor, apontado como executor do crime.
Os policiais afirmam que tanto a esposa quanto o homem confessaram os crimes. João Victor teria confessado que tinha um relacionamento extraconjugal com Luith e que foi contratado para executar o homicídio, pelo valor de R$ 10.000,00. Ele também teria fornecido detalhes do acordo e da execução.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, a mãe de Caio afirma que o mínimo que ela deseja é justiça. “Neste momento, a única coisa que eu queria é o meu filho junto de mim. O mínimo agora que eu quero é justiça por ele”, disse.
Juiz alega violações de direitos e garantias fundamentais
O juiz alega que as prisões em flagrante não deveriam ter sido homologadas devido à ausência de situação flagrancial e outros detalhes da ocorrência. Ele também afirma que os policiais agiram com truculência e violaram diversos direitos e garantias fundamentais, como a inviolabilidade domiciliar e o direito ao silêncio. Diante das possíveis ilegalidades e atos de abuso de poder, o juiz relaxou as prisões em flagrante e expediu os alvarás de soltura.
Revolta e indignação entre familiares e amigos da vítima
Após a determinação da soltura dos suspeitos, familiares e amigos de Caio Campos Domingues manifestaram revolta e indignação, temendo que o caso fique impune. O irmão da vítima, Cássio Campos, entrou em contato com a redação da PLOX e expressou sua tristeza e indignação. Ele já havia relatado anteriormente o medo de que "os assassinos de meu irmão sejam soltos" e mencionou um protesto na porta do fórum da cidade, pedindo "justiça para Caio".
A família de Caio divulgou uma nota em que afirma: "Recebemos a notícia da soltura com surpresa, sabemos da dedicação da polícia militar e da polícia civil para apuração desse bárbaro crime, mas esperamos que o Ministério Público recorra da decisão de soltura para que os autores sejam presos novamente". Os familiares e amigos da vítima aguardam ansiosos por uma resposta do Ministério Público e por justiça no caso.
Outro protesto foi realizado
Na tarde do dia 10 de abril, familiares e amigos de Caio Campos Domingues se reuniram em um protesto em frente ao Fórum da Comarca de Timóteo, situado no bairro Timirim. O objetivo da manifestação era exigir que o Ministério Público e a Polícia Civil continuem investigando o caso e garantam justiça em memória da vítima.
Assista:
As pessoas que estiveram presentes no local e estenderam faixas e cartazes pedindo justiça no caso do assassinato de Caio. As frases diziam: “Justiça por Caio” e “buzine se você é a favor de justiça por Caio”.
Entenda o caso
O homicídio, ocorrido no Vale do Aço, em Minas Gerais, chocou a região e ganhou um desfecho surpreendente. Segundo a PM, o crime ocorreu enquanto Caio e sua esposa Luith estavam em uma caminhonete transportando uma bicicleta na parte de carga do veículo. Ainda segundo a PM, eles foram abordados por João Victor, que anunciou um assalto e pediu a bicicleta. Caio teria saído do veículo e João Victor efetuou os disparos contra ele. A polícia militar realizou diversas diligências e conseguiu prender os dois, como suspeitos de participação no crime. João Victor teria confessado ser o autor dos disparos e apontou Luith como mandante do crime. Luith, por sua vez, teria confessado seu envolvimento, alegando que sofria agressões do marido e que queria "passar um aperto" nele, mas não esperava que o caso evoluísse para um homicídio.
Em coletiva de imprensa, o capitão Vitor, da PM, informou que o jovem foi preso e ele assumiu a autoria dos disparos, informando que a esposa de Caio era a mandante.
Segundo os policiais, a mulher teria dito que sofria agressões do marido e que queria “passar um aperto” nele, mas que não esperava que o caso iria evoluir para um homicídio. Ela e o jovem marcaram o local, o jovem efetuou os disparos contra Caio Domingues, que foi atingido no peito e na cabeça.