Papa Francisco morre aos 88 anos em Roma

O primeiro pontífice latino-americano da história morreu após complicações respiratórias. Ele ficou internado por 38 dias antes de morrer na manhã desta segunda-feira (21), segundo o Vaticano.

Por Plox

21/04/2025 09h26 - Atualizado há 4 dias

O mundo amanheceu em luto nesta segunda-feira (21), com a confirmação da morte do papa Francisco, aos 88 anos, em Roma. Jorge Mario Bergoglio, como foi batizado, havia recebido alta hospitalar há cerca de um mês, após passar 38 dias internado com um quadro de pneumonia nos dois pulmões.


Imagem Foto: Reprodução


A informação foi divulgada pelo Vaticano por volta das 7h35, no horário local (2h35 em Brasília), mas sem detalhar oficialmente as causas da morte. Francisco vinha enfrentando complicações respiratórias desde fevereiro, quando foi hospitalizado pela primeira vez. Ele chegou a ser diagnosticado com uma infecção polimicrobiana e pneumonia bilateral, o que agravou seu estado de saúde. Mesmo assim, tentou manter parte de sua agenda religiosa ativa, inclusive pedindo desculpas aos fiéis por ausências durante celebrações públicas.


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Francisco foi o 266º papa da história e o primeiro latino-americano a ocupar o cargo máximo da Igreja Católica. Nascido em Buenos Aires, na Argentina, em 17 de dezembro de 1936, era filho de imigrantes italianos e iniciou sua trajetória religiosa após uma breve passagem pelo campo das Ciências Químicas. Em 1969, foi ordenado sacerdote e, poucos anos depois, passou a liderar a Companhia de Jesus em seu país.



Em 2013, após a renúncia de Bento XVI, Bergoglio foi escolhido para comandar a Igreja, tornando-se também o primeiro pontífice jesuíta da história. Segundo ele próprio, a escolha foi contra sua vontade inicial. Desde o início de seu papado, adotou um estilo simples, dialogante e focado na inclusão.

O lema de sua liderança foi "Miserando atque eligendo" – "Olhou-o com misericórdia e o escolheu".



Francisco marcou seu pontificado por promover reformas na estrutura do Vaticano, especialmente na área financeira, e por colocar temas delicados em pauta. Defensor dos mais pobres, também se posicionou em relação a temas contemporâneos, como o acolhimento à comunidade LGBTQIA+, a participação de mulheres na Igreja e o combate à desigualdade. Apesar disso, manteve posições conservadoras sobre o aborto e não avançou na ordenação de mulheres como sacerdotes, o que gerou críticas de parte dos fiéis.



Durante a pandemia da Covid-19, emocionou o mundo ao rezar sozinho na Praça de São Pedro, então vazia, em um dos momentos mais simbólicos de seu pontificado. Também se destacou por discursos firmes contra líderes envolvidos em conflitos armados, como Vladimir Putin e Benjamin Netanyahu, e por cobrar ações da União Europeia diante da crise migratória.



O enterro do papa será realizado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, um fato raro desde 1903, quando o papa Leão XIII também foi sepultado fora da Basílica de São Pedro. As cerimônias fúnebres já têm início previsto ainda nesta segunda-feira, com ritos oficiais do Vaticano.



"Podemos falar de uma revolução, nos passos do Concílio Vaticano II, disse Marco Politi, especialista em Vaticano, ao destacar a contribuição do papa para uma Igreja mais aberta ao mundo moderno."

Francisco deixa um legado de renovação, simplicidade e compromisso com os mais vulneráveis. Seu papado foi reconhecido por buscar uma Igreja mais próxima das pessoas, mesmo em tempos difíceis e temas controversos. Em vida, afirmou sentir que seu tempo como líder religioso seria curto, mas, com quase 12 anos à frente da Igreja Católica, transformou sua missão em símbolo de empatia e diálogo.


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