CPI das BETs: Influenciadores perdem glamour e passam a ser associados a crimes e enganação de seguidores

A comissão estuda os efeitos sociais e econômicos dessas parcerias, sobretudo em relação ao orçamento das famílias brasileiras e possíveis vínculos com organizações criminosas

Por Plox

21/05/2025 08h35 - Atualizado há 1 dia

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, instaurada no Senado Federal em novembro de 2024, tem revelado uma série de denúncias envolvendo influenciadores digitais e seu relacionamento com plataformas de apostas online.


Imagem Foto: Agência Senado


O que antes era visto como sinônimo de status, luxo e influência nas redes sociais, agora está envolto em suspeitas de crimes como lavagem de dinheiro, promoção de jogos ilegais e manipulação da confiança do público, sobretudo dos jovens.


Imagem Foto: Agência Senado


Entre os nomes já convocados para prestar depoimento estão a empresária e influenciadora Virgínia Fonseca, o ex-BBB Rico Melquíades e a advogada e cantora Deolane Bezerra. Todos são investigados por divulgarem casas de apostas e, em alguns casos, supostamente receberem comissão com base nas perdas dos jogadores que usaram seus links — prática popularmente chamada de "cachê da desgraça alheia".

Além dos depoimentos, a investigação resultou em operações da Polícia Federal e da Polícia Civil, com prisões e apreensões de alto impacto. Em São Paulo, um casal de influenciadores foi alvo de mandados judiciais por promover sorteios ilegais de bens de luxo. Durante a ação, a polícia confiscou veículos como um Porsche 911, Porsche Macan, Mercedes C63 AMG e uma BMW, além de motocicletas e quadriciclos.



No Maranhão, a Polícia Civil realizou a chamada \"Operação Quebrando a Banca\", voltada para desarticular um esquema de pirâmide financeira ligado ao Fortune Tiger, também conhecido como o \"Joguinho do Tigre\". Uma influenciadora digital maranhense teve R$ 8 milhões bloqueados, além de perder temporariamente a posse de diversos bens de luxo, entre eles carros e um jet-ski.



Com o avanço das investigações, a imagem pública de muitos desses influenciadores sofreu abalos consideráveis. A trajetória antes associada ao sucesso passou a ser alvo de questionamentos éticos, principalmente pela forma como os seguidores foram impactados pelas promoções de apostas, muitas vezes sem a devida clareza dos riscos envolvidos.


A relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), defende uma responsabilização clara tanto das plataformas quanto dos influenciadores envolvidos. Ela enfatizou a necessidade de proteger os consumidores mais vulneráveis e garantir maior transparência nas operações financeiras dessas empresas.



A comissão também estuda os efeitos sociais e econômicos dessas parcerias, sobretudo em relação ao orçamento das famílias brasileiras e possíveis vínculos com organizações criminosas. A conclusão oficial dos trabalhos da CPI está prevista para 14 de junho de 2025, podendo ser prorrogada caso os parlamentares julguem necessário aprofundar as investigações.



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