Gripe aviária pode derrubar ainda mais o preço do ovo no Brasil

Com queda de até 28% em três meses, valor do ovo já recua nas gôndolas; doença pode acelerar redução

Por Plox

21/05/2025 11h08 - Atualizado há 1 dia

A gripe aviária pode se tornar um novo fator de pressão para a queda no preço do ovo no Brasil. Após semanas de valores elevados, a iguaria já começa a apresentar recuos nas gôndolas, especialmente em Belo Horizonte, onde o impacto do fim da Quaresma e do próprio comportamento do mercado já provocaram uma diminuição considerável nos preços.


Imagem Foto: Pixabay


Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da USP, a caixa com 30 dúzias de ovos brancos caiu de R$ 209,59, valor registrado na Quinta-feira Santa (17 de abril), para R$ 180,73 em 19 de maio na região metropolitana de BH. Isso representa uma redução de 13,7%. Se comparado ao valor praticado três meses antes, a queda chega a 28%, já que, em 20 de fevereiro, o produto era vendido a R$ 251,48.



O administrador do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, relata que essa tendência de baixa nos preços já vinha sendo observada antes mesmo da confirmação do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial do país. Para ele, o mercado estava saturado com valores altos, o que naturalmente levou a uma correção. “Chegou ao limite. O ovo estava muito caro, e o mercado segura por si só”, afirma.



A possível influência da gripe aviária na intensificação dessa queda ainda é incerta. Entretanto, a expectativa do setor é de que o surto possa aumentar a oferta no mercado interno, com a redução das exportações. Países como a União Europeia e a China suspenderam a compra de carne de frango brasileira, e há projeções de uma retração de até 20% nas exportações do setor. Apesar disso, até o momento, não há informações sobre impactos diretos na exportação de ovos.


O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, afirma que o Brasil está preparado para lidar com episódios pontuais da doença, graças à estrutura de biosseguridade já existente. “Hoje você consegue controlar, fazer com que esse foco fique apenas no local onde surgiu. Estamos preparados há muito tempo para enfrentar esse desafio”, garante.


Santin também acredita que a imagem internacional do país não será comprometida. Segundo ele, a forma como o Brasil lida com a situação reforça sua reputação como parceiro seguro no mercado global de alimentos. “A confiança que o mundo já tem no Brasil agora vai ser reforçada”, conclui.


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