Lula apresenta MP que isenta conta de luz para população mais pobre

Proposta também prevê abertura do mercado de energia, mas pode impactar classe média com aumento nas tarifas

Por Plox

21/05/2025 13h55 - Atualizado há 1 dia

Nesta quarta-feira (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou a Medida Provisória (MP) que trata da reforma no setor elétrico brasileiro. Durante encontro no Palácio do Planalto, Lula se reuniu com o presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União-AP), e com os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais), para detalhar os principais pontos da proposta.


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O grande destaque da MP é a previsão de gratuidade na conta de luz para cerca de 60 milhões de brasileiros, entre os quais estão famílias de baixa renda, idosos, pessoas com deficiência, indígenas e quilombolas em situação vulnerável. O benefício será concedido para consumidores com gasto mensal de até 80 kWh. Atualmente, a média nacional de consumo residencial gira em torno de 152,2 kWh por mês, mas esse número varia bastante conforme a região e perfil da residência.


Para quem consome até 120 kWh e tem renda de até um salário mínimo e meio por pessoa, o projeto prevê ainda descontos proporcionais na conta de energia. O governo calcula que aproximadamente 55 milhões de famílias podem ser contempladas com esse benefício parcial.



Segundo o Ministério de Minas e Energia, o custo total da medida deve chegar a R$ 3,6 bilhões por ano. No entanto, ainda não foi apresentado um plano detalhado sobre como esse valor será compensado, o que levantou preocupações no setor elétrico sobre a possibilidade de um aumento nas tarifas para a classe média.


A medida pode beneficiar diretamente cerca de 60 milhões de pessoas com isenção total e outras 55 milhões com descontos parciais na conta de luz

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Além da isenção, a MP também abre caminho para uma mudança estrutural no setor: a partir de 2027, pequenos comerciantes poderão escolher seus fornecedores de energia, e, em 2028, a medida será estendida aos consumidores residenciais. Atualmente, essa liberdade de escolha está restrita principalmente a grandes empresas.



A Medida Provisória entra em vigor assim que é assinada pelo Presidente da República, mas precisa ser aprovada tanto pela Câmara quanto pelo Senado em até 120 dias para não perder a validade. O envio oficial do texto ao Congresso está previsto para a próxima semana.


A proposta surge em um momento em que o governo busca recuperar sua imagem junto à população, após desgastes causados por escândalos, como as fraudes no INSS.


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