Raposa-do-campo ameaçada é resgatada ferida em estação de esgoto

Animal silvestre em risco de extinção foi encontrado machucado e levado para tratamento em Presidente Prudente (SP)

Por Plox

21/05/2025 15h45 - Atualizado há 2 dias

Uma raposa-do-campo (Lycalopex vetulus), espécie considerada vulnerável e ameaçada de extinção, foi resgatada nesta quarta-feira (21) por uma equipe da Polícia Militar Ambiental, em uma estação de tratamento de esgoto da Sabesp, localizada às margens da Rodovia Júlio Budiski (SP-501), em Presidente Prudente (SP).


Imagem Foto: Polícia Militar Ambiental


O animal, um macho adulto, apresentava ferimentos e sinais de atropelamento, segundo os militares. Funcionários da Sabesp notaram a presença do mamífero ferido por volta das 10h e acionaram a corporação ambiental, que realizou o resgate no local.



Após os primeiros cuidados prestados no Abrigo Municipal de Animais, a raposa foi encaminhada ao Hospital Veterinário da Cidade da Criança. A expectativa é de que, após as devidas avaliações médicas, ela possa ser devolvida à natureza.


Originária da fauna do Oeste Paulista, a raposa-do-campo é uma espécie nativa do Cerrado brasileiro. Sua distribuição geográfica inclui os estados de São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais. Trata-se de um dos menores canídeos selvagens do país, com até 60 cm de comprimento e peso entre 2,7 e 4 kg.



Com hábitos noturnos e comportamento solitário, o animal tem focinho curto, dentes pequenos e pelagem que mistura tons acinzentados no dorso, barriga castanha e patas com coloração avermelhada. Sua dieta é composta majoritariamente por cupins e besouros, mas também inclui pequenos roedores, frutas, aranhas e lagartos.


A reprodução ocorre geralmente em tocas abandonadas de tatu ou em buracos de cupinzeiros, com gestação de dois meses e ninhadas de dois a quatro filhotes. As fêmeas são extremamente protetoras, chegando a mudar de toca e carregar os filhotes na boca para protegê-los de ameaças.


A raposa-do-campo pertence ao gênero Lycalopex, da família Canidae, mesma de outras espécies sul-americanas como a raposa-colorada e a raposa-cinzenta-argentina. Apesar do nome, ela não possui parentesco próximo com as raposas do Hemisfério Norte, que pertencem ao gênero Vulpes.



O resgate reforça a importância da preservação dessa espécie exclusiva do Brasil, que sofre com a destruição de habitat, atropelamentos, caça, predação por cães domésticos e alta mortalidade de filhotes.


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