Polícia Federal prende em Governador Valadares duas pessoas por envolvimento com migração ilegal para os EUA

Segundo as investigações, a organização criminosa é responsável pela migração, com método cai-cai, de 197 pessoas, incluindo crianças e bebês

Por Plox

21/06/2022 11h35 - Atualizado há quase 2 anos

Duas pessoas foram presas pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (21), durante a operação Relicta Mori, para combater crimes de promoção de migração ilegal em toda região de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. A PF cumpriu quatro mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva, todos expedidos pela Justiça Federal do município. Ao menos 197 pessoas, incluindo crianças e bebês, tiveram auxílio da organização criminosa para entrar no país norte-americano.

Houve também a determinação de bloqueio de ativos financeiros, apreensão e arresto de diversos veículos, imóveis, valores em espécie, bem como de criptoativos destinados à ocultação de valores obtidos ilicitamente.

As investigações começaram após uma denúncia de familiares de um emigrante falecido em 2021, na tentativa de atravessar ilegalmente do México para os EUA.

Operação investiga migração ilegal para os EUA — Foto: Polícia Federal/Divulgação
Foto: Divulgação Polícia Federal

 

Foi comprovado que os investigados foram os responsáveis pela tentativa de travessia ilegal. Apurou-se, ainda, que 197 pessoas migraram ilegalmente para os Estados Unidos com o auxílio da organização criminosa.

Foram várias crianças (inclusive bebês) e adolescentes utilizados para o ingresso por meio do já conhecido método “cai-cai”. Neste sistema, as famílias com menores entregam-se às autoridades americanas após cruzarem as fronteiras, pois sabem que irão responder em liberdade pelo ingresso irregular devido ao fato de as crianças não poderem permanecer sozinhas por questões humanitárias.

Operação investiga migração ilegal para os EUA — Foto: Polícia Federal/Divulgação
Foto: Divulgação Polícia Federal

 

Operação investiga migração ilegal para os EUA — Foto: Polícia Federal/Divulgação
Foto: Divulgação Polícia Federal

 

Tal método traz ainda como agravante o aumento do número de casos de sequestro internacional de crianças. Elas são “alugadas” pelos coiotes para adultos desacompanhados que pretendam ingressar nos Estados Unidos utilizando o método citado. Isto implica em evidente risco para os menores.

Os suspeitos responderão pelo crime de tráfico de pessoas, previsto no art.232-A do Código Penal, além do homicídio, previsto no art. 121 também do Código Penal. Se condenados, poderão cumprir até 26 anos de prisão.
 

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