Alta da Selic reforça domínio da renda fixa entre investidores brasileiros
Decisão do Copom de elevar a taxa básica para 15% fortalece atratividade da renda fixa frente a outros investimentos
Por Plox
21/06/2025 13h11 - Atualizado há 1 dia
A recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a taxa básica de juros, a Selic, para 15% ao ano teve impacto imediato na preferência dos brasileiros por investimentos de renda fixa.

A medida, tomada por unanimidade, contrariou a expectativa da maioria das instituições financeiras consultadas, que apostavam na manutenção do índice em 14,75% ao ano. A mudança reacendeu o entusiasmo dos investidores por aplicações mais seguras, especialmente aquelas com rendimento atrelado à taxa básica.
Caio Camargo, estrategista do Santander, afirma que a renda fixa deve compor todas as carteiras, independentemente do perfil do investidor. Mesmo diante de um otimismo moderado com a renda variável internacional, ele recomenda cautela e reforça o papel da renda fixa como pilar central das estratégias.
Na mesma linha, Gustavo Okuyama, da Porto Asset, destaca que em tempos de desaceleração econômica, esse tipo de investimento se mostra mais atrativo do que ações, por oferecer menor volatilidade e risco.
Apesar disso, alguns especialistas ainda veem espaço para a renda variável. Gustavo Harada, da Blackbird Investimentos, aponta que a Bolsa brasileira apresenta oportunidades interessantes. Segundo ele, é possível iniciar uma exposição gradual em ações, especialmente diante de valuations atrativos.
Okuyama defende que, mesmo com foco principal na renda fixa, é recomendável alocar entre 5% a 10% do portfólio em ações, considerando um horizonte de médio a longo prazo.
Camargo sugere que, ao investir na Bolsa, os investidores priorizem setores defensivos, como energia, instituições financeiras e empresas geradoras de caixa.
Para além do mercado interno, o investimento no exterior também é apontado como alternativa viável. Camargo recomenda a diversificação geográfica da carteira, seja por meio da aquisição direta de ativos internacionais ou por meio de empresas brasileiras exportadoras, que possuem receitas dolarizadas.
Ele ainda menciona o momento oportuno para essa estratégia, aproveitando a depreciação recente do dólar, que caiu de R$ 6,30 para R$ 5,50. O setor de tecnologia, exemplificado pelo desempenho surpreendente da Nvidia, é citado como uma possibilidade promissora para alocação internacional.
Dessa forma, com a Selic em patamar elevado, a renda fixa se reafirma como uma escolha estratégica para os brasileiros, mantendo sua posição de destaque no cenário dos investimentos nacionais.