Crítica a Tarcísio por uso de bandeira de Israel gera tensão política
Governador é acusado por Márcio França de ofender comunidades árabes durante evento religioso em São Paulo
Por Plox
21/06/2025 08h31 - Atualizado há 3 dias
Durante a Marcha para Jesus realizada em São Paulo, uma atitude do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) provocou forte reação por parte do ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB). Em vídeo publicado nesta sexta-feira (10), França afirmou que o gesto do governador, ao se enrolar com uma bandeira de Israel no evento, foi uma ofensa direta às comunidades libanesa, síria e árabe.

Segundo o ministro, o Estado de São Paulo sempre se destacou por receber e integrar diversos povos, e mais de 10 milhões de seus habitantes têm ascendência árabe. Ele declarou:
“Sinceramente, fazer esse gesto de humilhação apoiando alguém para poder humilhar esses povos é um erro grave do governador. São Paulo é um estado da federação. Não tem que se meter em guerra de ninguém”
. França fez alusão aos ataques realizados recentemente por Israel, sob comando do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, contra o Irã, o sul do Líbano, a Síria e a Faixa de Gaza.
A presença de Tarcísio no evento, que arrastou multidões pelas ruas da capital paulista, contou também com outras autoridades como o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal, André Mendonça. A Marcha, em sua 33ª edição, foi marcada por forte presença de bandeiras de Israel e discursos ancorados em crenças evangélicas baseadas no Velho Testamento, que associam o retorno de Jesus à reconstrução de Israel como nação.
Em cima do trio elétrico, Tarcísio posou ao lado de Cláudio Lottenberg, presidente da Confederação Israelita Brasileira, ambos segurando a bandeira de Israel. O gesto foi interpretado por críticos como um apoio ao Estado israelense em meio a conflitos armados no Oriente Médio, o que gerou desconforto entre representantes da comunidade árabe no Brasil.
O presidente Lula (PT), por sua vez, não compareceu à celebração. Ele foi representado pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, que entregou uma carta aos organizadores do evento.
A situação intensifica o embate político em torno da figura de Tarcísio, que aparece como um dos possíveis candidatos à Presidência da República em 2026, tornando seus atos públicos ainda mais analisados no cenário nacional.