Lula reforça apoio à exploração de petróleo na Margem Equatorial
Presidente argumenta que o mundo ainda depende de combustíveis fósseis e que o Brasil deve utilizar suas reservas para financiar a transição energética
Por Plox
21/06/2025 10h17 - Atualizado há 2 dias
Durante uma entrevista ao podcast 'Mano a Mano', apresentado por Mano Brown e Semayat Oliveira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou seu apoio à exploração de petróleo na Margem Equatorial, uma extensa área marítima que se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá. Lula argumentou que, embora o objetivo seja uma futura independência dos combustíveis fósseis, atualmente o mundo ainda depende do petróleo para suprir suas necessidades energéticas.

\"Sou favorável a que a gente vá trabalhando a ideia de, um dia, não ter combustível fóssil, mas sou muito realista: o mundo não está preparado para viver sem o petróleo\"
, declarou o presidente. Ele destacou que o Brasil já incorpora 30% de etanol na gasolina e 15% de biodiesel no óleo diesel, o que contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
Lula enfatizou que a exploração responsável das reservas de petróleo pode ser uma fonte significativa de recursos para financiar a transição energética no país. Ele questionou as críticas à pesquisa na Margem Equatorial, ressaltando a expertise da Petrobras em prospecção em águas profundas e a necessidade de o Brasil não abrir mão de suas riquezas naturais enquanto outros países continuam explorando suas reservas.
\"A gente não pode abdicar dessa riqueza. O que podemos é assumir um compromisso de que nada será feito para causar qualquer dano ao meio ambiente\"
, afirmou o presidente. Ele também mencionou a importância de tomar decisões governamentais baseadas em pesquisas e dados concretos sobre a presença de petróleo na região.
A Margem Equatorial tem sido alvo de debates entre ambientalistas e o governo. Enquanto grupos ambientais expressam preocupações sobre os impactos ecológicos da exploração na região, o governo argumenta que a atividade pode impulsionar o desenvolvimento econômico, especialmente em estados como o Amapá, que enfrentam desafios socioeconômicos significativos.
A Petrobras aguarda a aprovação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para iniciar as atividades de exploração na área. O presidente Lula destacou a importância de equilibrar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, garantindo que qualquer exploração seja conduzida de forma responsável e sustentável.
A discussão sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial ocorre em um momento em que o Brasil se prepara para sediar a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em Belém, no Pará. O governo busca posicionar o país como líder na diplomacia ambiental, ao mesmo tempo em que enfrenta o desafio de conciliar suas metas de desenvolvimento com a proteção do meio ambiente.