Mineira será induzida a coma após anos de dor sem trégua

Após seis cirurgias e nenhuma melhora, jovem diagnosticada com neuralgia do trigêmeo tenta procedimento extremo como última esperança

Por Plox

21/06/2025 07h37 - Atualizado há 1 dia

Desde 2017, Carolina Arruda, uma jovem de 27 anos do Sul de Minas, convive com dores que desafiam até os tratamentos mais avançados da medicina. Diagnosticada com uma condição rara e devastadora, a neuralgia do trigêmeo, Carolina chegou ao limite das possibilidades médicas e emocionais.


Imagem Foto: Redes sociais


Mesmo após seis intervenções cirúrgicas no cérebro, nenhuma delas foi capaz de proporcionar alívio. Sua condição, ainda mais rara por se manifestar de forma bilateral — afetando os dois lados do rosto —, a condena a uma dor constante, presente mesmo durante o sono ou com os olhos fechados. “A dor nunca vai embora. Nem com remédio, nem com cirurgia. Nem dormindo”, relatou a jovem nas redes sociais.



A nova alternativa, por mais radical que pareça, será um coma induzido, um estado de inconsciência profunda, planejado e controlado pelos médicos. Segundo Carolina, o procedimento será realizado na Santa Casa de Alfenas, no próximo dia 13 de agosto, e poderá durar até cinco dias. Durante esse período, ela será sedada, entubada e deixará de tomar os medicamentos que já não fazem mais efeito.
“Minha última esperança agora é ser colocada em coma induzido, entubada, sem consciência, pra ver se meu cérebro ‘reinicia’ e volta a responder aos remédios”, disse em uma publicação comovente.


A esperança dos médicos é que, ao despertar, o cérebro de Carolina reaja novamente aos medicamentos. Contudo, não há garantias. Nem mesmo os especialistas sabem se essa tentativa extrema poderá gerar algum tipo de melhora. “A única esperança é que quando eu acordar, o meu cérebro aceite de novo os medicamentos, mas nem os médicos sabem se isso vai acontecer”, revelou.


Em um momento de desabafo, ela expressou seu cansaço físico e emocional: “Chegar nesse ponto é desesperador. Eu só queria ter um pouco de paz, nem que fosse apagando tudo por pelo menos alguns dias, só para estar escapado desse pesadelo que parece que não tem fim.”


No ano anterior, Carolina chegou a manifestar publicamente o desejo de buscar procedimentos como a eutanásia ou o suicídio assistido em outro país, alternativas ilegais no Brasil, como forma de escapar da dor incessante.


A jovem segue lutando diariamente com uma condição que acomete menos de 0,3% da população mundial, sendo sua forma específica uma das mais raras já identificadas. A história de Carolina não é apenas sobre dor, mas sobre resistência diante de uma realidade cruel e pouco compreendida.


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