Brasil busca encerrar jejum de declarações no G20 em reunião no Rio

O Brasil, na presidência do G20 este ano, espera encerrar um jejum de dois anos e meio sem declarações ministeriais aprovadas no fórum econômico. O hiato, causado por controvérsias e divergências sobre questões geopolíticas, pode ser quebrado na próxima semana durante a reunião no Rio de Janeiro. O embaixador Mauricio Lyrio, Secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, comentou sobre as expectativas de aprovar vários documentos de consenso dos ministros.

Novo acordo para destravar declarações

Para superar as dificuldades anteriores, os membros do G20 concordaram em não incluir linguagem sobre assuntos geopolíticos nas declarações consensuadas. Cada presidência do grupo emitirá um comunicado separado abordando a geopolítica. Lyrio explicou que este acordo visa destravar as declarações, permitindo que os ministros avancem em outras questões cruciais.

Agenda intensa na próxima semana

A próxima semana está programada com quatro encontros principais. A abertura será na segunda-feira, 22, com a reunião dos ministros do Desenvolvimento, focando em acesso à água e saneamento, além da redução de desigualdades. O grupo discutirá um documento para mobilizar recursos e promover o intercâmbio entre instituições que trabalham na expansão desses serviços básicos.

Na quarta-feira, a força-tarefa de combate à fome e à pobreza se reunirá com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, num evento pré-lançamento da Aliança Global contra a Fome. Nos dias 25 e 26, será a vez das reuniões dos ministros de Finanças e presidentes dos Bancos Centrais, onde o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defenderá a taxação dos super-ricos e discutirá a emergência climática.

Reuniões fora do Rio

Paralelamente, em Fortaleza (CE), o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, presidirá as reuniões do GT de Emprego em nível ministerial, também na quinta e sexta-feira.

Avanços na governança global

O embaixador Lyrio destacou que a presidência brasileira no G20 já conseguiu importantes avanços no primeiro semestre, incluindo a aprovação de uma reunião em setembro na sede da ONU para discutir a necessidade de uma reforma na governança global. "Nada mais simbólico do que fazer isso na sede da ONU, com a presença dos países da ONU. O recorde de conflitos pelo mundo mostra que o sistema precisa ser atualizado", defendeu Lyrio.