Lula participa de cúpula no Chile com foco em ações contra Trump e big techs

Encontro reúne líderes ibero-americanos e europeu para debater extremismo digital, multilateralismo e medidas econômicas

Por Plox

21/07/2025 07h34 - Atualizado há 2 dias

Nesta segunda-feira (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca no Chile para participar de uma cúpula entre chefes de Estado de perfil progressista, em um momento de tensão crescente com os Estados Unidos. A reunião acontece em Santiago e conta com líderes da América Latina e da Europa que se opõem ao que definem como 'avanço do extremismo', especialmente nas plataformas digitais.


Imagem Foto: Presidência


Além de Lula e do anfitrião Gabriel Boric, presidente do Chile, o encontro também reúne Gustavo Petro, da Colômbia; Yamandú Orsi, do Uruguai; e Pedro Sánchez, primeiro-ministro da Espanha. Eles debaterão temas como a regulação de big techs, governança digital e inteligência artificial, além de medidas conjuntas contra campanhas de desinformação nas redes sociais.


Um dos principais pontos a ser tratado por Lula é o uso de tarifas comerciais como ferramenta política, questão que ganhou força após uma carta enviada por Donald Trump — presidente dos Estados Unidos desde janeiro — que exigia o encerramento de processos judiciais no Brasil em favor de Jair Bolsonaro (PL) e empresas norte-americanas, sob ameaça de impor tarifas de 50% aos produtos brasileiros.



O governo brasileiro vê esse movimento como uma afronta direta à soberania nacional. Um assessor próximo à presidência afirmou que Lula pretende classificar a pressão norte-americana como 'um dos ataques mais explícitos à democracia brasileira'. O tema da reciprocidade comercial também deve ser debatido entre os líderes.


No centro da discussão estará ainda o impacto das redes sociais e das novas tecnologias no fortalecimento de discursos extremistas e na fragmentação da democracia. O grupo planeja adotar estratégias conjuntas para enfrentar a desinformação e ampliar o controle sobre os algoritmos e plataformas que alimentam polarizações políticas.



Apesar de convidada por telefone por Boric, a presidente do México, Claudia Scheinbaum, que também tem sido alvo de retaliações políticas por parte do governo Trump, não confirmou presença no evento.


A cúpula, que vinha sendo planejada desde o fim de 2024, enfrentou desafios de agenda entre os líderes, mas foi oficialmente marcada após uma videoconferência no final de fevereiro, quando os presidentes já demonstravam preocupação com os efeitos das novas políticas dos EUA, especialmente quanto à deportação em massa de imigrantes.



Segundo a presidência chilena, os três principais eixos da reunião serão: defesa da democracia e do multilateralismo; redução das desigualdades sociais; e combate à desinformação com foco na regulação das tecnologias emergentes.


'A reunião marca um novo esforço conjunto por justiça social, democracia e soberania digital', declarou um representante do governo chileno

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